Os Políticos e a Honestidade
Não há um só dia em que certos políticos não estejam na crônica policial dos jornais, acusados de corrupção, processados, cassados, presos etc. e etc. É uma rotina espantosa. Aprendi, por isso mesmo, a não gostar daqueles que vivem a se apregoar honesto, como se a honestidade fosse um trunfo, uma vitória de vida.
É verdade que num país como o nosso, ser honesto vale alguma coisa como virtude moral e cívica. Um país cujos homens públicos são quase sempre desonestos – há exceções mui honrosas – acaba gerando esse tipo de vanglória e paga um tributo imenso à insaciável rapinagem da classe. Quando se instalam na administração pública, é um deus-nos-acuda. Só se sabe aonde esses canais conduzem, quando se observa o aparecimento de enormes fortunas feitas num único período administrativo.
Os honestos passam então a ser considerados simplórios, que não sabem aproveitar oportunidades, até que lhes vem, como dizia Ruy (com ipsilone, para não zangar os baianos), a vergonha de ser honestos. Mas quando eu vejo certos políticos falar de caráter, dse austeridade, de moral, pavoneando-se de sua irrepreensível conduta, fico desconfiado que, o mais das vezes, estamos diante de um tartufo. Conheço bem a espécie. Ou penso que conheço.
Não sei como
Não faltariam eminentes corruptos que se prontificariam a assumi-lo, até sem receber nada. Só para ter o ponto.