
O  poeta, crítico literário, jornalista e advogado Da Costa e Silva  (Antônio Francisco Da Costa e Silva, 1885-Rio de Janeiro 1950), nascido  em Amarante, entre Teresina e Floriano, às margens do Parnaíba, dedicou  ao “velho monge”, morto de saudade, este genial soneto, obra-prima nos  florilégios da literatura brasileira. Vejam a beleza dos versos de Saudade:
  
 
 
Saudade! Olhar de minha mãe rezando
 
E o pranto lento deslizando em fio...
 
Saudade! Amor de minha terra... o rio
 
Cantigas de águas claras soluçando.
 
 
 
Noites de junho. O caburé com frio
 
Ao luar, sobre o arvoredo... piando... piando...
 
E ao vento as folhas lívidas cantando
 
A saudade imortal de um sol de estio
 
 
 
Saudade! Asa de dor do Pensamento!
 
Gemidos vãos de canaviais ao vento...
 
Ai! Mortalhas de neve sobre a serra.
 
 
 
Saudade! O Parnaíba – velho monge
 
As barbas brancas alongando. E, ao longe, 
 
O mugido dos bois de minha terra...
 
 
 
Único  rio genuinamente nordestino, com 1.720km de extensão (nasce na Serra da  Tabatinga e desemboca no Atlântico, onde forma um dos deltas mais belos  do planeta),  às suas margens, a 60km da cidade de  Floriano, ao sul do Estado, foi construída a Barragem da Boa Esperança,  obra comandada pelo engenheiro César Cals de Oliveira Filho e inaugurada  em agosto de 1964.  Da Costa e Silva é também o autor da letra do Hino do Piauí:
  
 
 
Piauí, terra querida, 
 
Filha do sol do equador
 
Pertencem-te a nossa vida
 
Nosso sonho, nosso amor...
 
 
 
As águas do Parnaíba
 
Rio abaixo, rio arriba
 
Espalhem pelo sertão
 
E levem pelas quebradas
 
Pelas várzeas e chapadas
 
Teu canto de exaltação...    etc. etc.