sábado, dezembro 04, 2010

DESABAFO


Encontro no Livro Técnico um velho amigo de muitos anos. Poeta dos bons, sempre correu atrás de notoriedade, e agora reconhece ser, hoje, um nome esquecido. Daí o seu desabafo:


-- Sabe, Hélio, a glória, que todo mundo bajula, não passa de um cemitério. Nesse campo-santo, de que o tempo é o coveiro, todos os mausoléus são provisórios. Implacavelmente, mais dia, menos dia, as ossadas são transferidas para a vala comum.


E pôs-se a rir, saindo, cabeça baixa. Mora sozinho, com uma empregada que o ajuda há 30 anos.