sábado, setembro 25, 2010

BRASILEIRÍSSIMO


Falam que Deus é brasileiro, e eu acho que é mesmo. Primeira pista dessa evidência – ELE morreu entre dois ladrões...

MISTÉRIO


Depois da denúncia da VEJA envolvendo os irmãos Cid e Ciro Gomes no escândalo de desvios de 300 milhões em licitações de prefeituras, apareceram mil desmentidos. Dá a impressão de que a coisa tocou fundo nos dois, daí tantos esclarecimentos. Por que não uma nota oficial assinada pelos acusados, contando o que houve, tintim por tintim? Ficou algo no ar. Afinal, a acusação é grave em cima de homens públicos de quem temos na melhor das contas.

COBAIAS


Não sei se faço bem ao lembrar a solução encontrada por um personagem de Swift. Com a massa de desempregados, de pessoas tornadas inúteis pelo atual governo, seria fácil encomendar a um grupo de cirurgiões os primeiros testes desse tipo de transplante. A ciência sempre progrediu às custas de cobaias.


A paz nacional, o progresso da nação não podem depender da mania de cada um pensar com a própria cabeça. Que haja muitas cabeças, mas um pensamento único. Desconfio que já andamos metade do caminho.

ASSASSINO


Ninguém assassinou em cinema melhor do que Hitchcock. O assassinato nos seus filmes é sempre chef-d´oeuvre, tecnicamente, e repleto de ambiguidades. Ficamos numa terra-de-ninguém moral.


Rebecca, a mulher inesquecível, Rebecca, com Joan Fontaine, canastronérrima, mas linda, e Laurence Olivier e Judith Anderson, a relação de filha com pai Fontaine-Olivier, ritual da água, o afogamento de Rebecca, a auto-imolação de Judith Anderson, mas tudo parece com thriller macio e digestivo, chez Hitchcock.

RECUSA AO VÔMITO


Não sei onde que um ministro foi cobrado por Paulo Maluf mudou seu voto para ganhar um cala-boca. O credor lembrou ao insuspeito parlamentar (uff!) que o governo lhe devia alguma coisa. Ao que Maluf respondeu – a dívida é discutível.


Há uma interjeição onomatopaica para designar o vômito. Recuso-me a usá-la. Maluf, todos sabem, é aquele que apareceu na TV aos gritos: “Eu sou o maior ficha-limpa deste país!”


O presidente terá agora de manter alianças para a sagração das urnas. Ele não poderá mais contrariar os reais controladores da injustiça no campo e da injustiça na concentração de renda. É o famoso pacto social, mas às avessas.

ERRAMOS

No domingo passado, neste blog, leia-se Mauro Benevides e não Mario Benevides. Leia-se mandato e não mandado. Leia-se José Pimentel e não Moisés Pimentel. O revisor dormiu na direção.

DESFILE DE MENDIGOS


Não vejo o horário eleitoral, mas me dizem horrores. Os mendigos eleitorais parecem agasalhados em leitos do IJF. Certos candidatos chegam a penosas humilhações atrás de uma boa vida paga por nós, pobres descamisados. Preguiçosos e incompetentes, só o Parlamento, em qualquer das três esferas, poderia salvá-los. Mas está difícil. O eleitor politizou-se um pouco e corre deles como o diabo da cruz.

OBSCENIDADE


Num desses golpes passados, o poeta Manuel Bandeira – que não era de esquerda – classificou-o de obsceno. Se atentarmos ao modo pelo qual o Lulinha Paz e Amor carrega Dilma na garupa do cavalo branco que pertenceu a Napoleão, o poeta usaria o mesmo adjetivo.

GUARDA-LIVROS

A mentalidade no governo neoliberal é uma resultante dos governos militares, quando foram convocados tecnocratas, que são guarda-livros de luxo. Os militares queriam livrar o país dos comunistas. Tudo o mais era lucro. O PT entrega o governo aos guarda-livros desde que o deixem ficar mandando no país “como nunca se viu antes”, ou seja, o maior tempo possível. Se possível, o impossível.

OS KENNEDY


Os Kennedy foram um bafo forte de esperança que, em 6 de junho de 1968, se extinguiu com a vida de Bobby Kennedy. Tedy morreu senador, recentemente, por causa de um câncer inoperável na cabeça.

Richard Nixon, eleito presidente dos EUA, fez descer ladeira abaixo todo o grande país. Não houve presidente desde Lyndon Johnson – 1963-1968 – que não saísse do cargo desmoralizado por aventuras ou escroquerias.


Os Kennedy foram a aristocracia americana. É o melhor que esta sociedade produziu. Nunca engoli Lyndon Johnson. Sempre olhei para ele como a Polícia Federal olha para Sarney. Diga-se o que quiser da vida dos Kennedy, mas eles souberam enfrentar a morte com o estoicismo de que só temos notícia nos épicos de Homero. Quanto a Obama, ainda é uma incógnita. Torço por ele.

MEDIOCRIDADE


A mediocridade do presidente Lula capturou mediocridades iguais em torno de seu governo, o mais popular da nossa história (sabe Deus como chegou a tanto). Uns pelos outros, todos são falantes, gostam da mídia, acreditam-se articulados porque falam muito. Mas pertencem, a começar pelo chefe, a uma elite cultural de quinta classe.


Dilma é um exemplo. Sua entrevista ao Bom Dia Brasil, na Rede Globo, deu pena. Foi um desastre completo, plena de digressões. Falou de modo prolixo, sem terminar um único raciocínio. Desperdiçou 20 minutos preciosos para não dizer absolutamente nada.

DESCARAMENTO


Certos deputados da nossa bancada federal – todos sabem quem são – deviam ter vergonha de vir a público pedir votos ou fazer declarações à imprensa. E aparecem sorrindo, em fotos bem elaboradas. Tristemente famosos pelo que fizeram, deviam ter um mínimo de pudor e viver em casas como a do joão-de-barro, de costas para o sol e sem vizinhos. Mas, reconheça-se: pior do que eles são os eleitores que votam neles, que merecem as pedradas dos anistóricos de Kafka.

POPULISMO


Na eleição de 1955, ganhou JK, herdeiro de Getúlio. Quiseram dar o golpe. Lott, com outro general mais influente, Denys, deu o golpe nos golpistas e empossou JK. Deu uma corrida em Café Filho. Lacerda teve de morar uns tempos em Nova York.


Hoje, imagino que nosso destino não fosse tão negro se o populismo tivesse sido cirurgicamente amputado como queria Lacerda. É uma hipótese.

sábado, setembro 18, 2010

MENTIRAS


Todos os dias, nas folhas, saem notícias de milhões de empregos à disposição dos que precisam. Tudo “chutes”. Só ali no centro da cidade há pelo menos 200 mil desempregados circulando e fazendo as tais “entrevistas” que dificilmente dão certo. Alimentam certas agências que só aprovam candidatos por “recomendações”.


Só aceitam mulheres bonitas que topem a cama ou rapazes que se submetam à escravidão.


Claro, existem agências sérias, acreditadas, as exceções de sempre. E uma grande verdade precisa ser reconhecida – falta, e como falta, mão de obra qualificada. A maioria dos candidatos e candidatas é de comovente despreparo. O currículo é apenas uma folha de papel com fantasias de colombinas e pierrôs. Faz pena. Ainda assim, não é fácil empregar nem burro de carga. Ó vida!

NA BOCA DO SENADO


São duas vagas para o Senado. A de Tasso Jereissati, segundo as pesquisas, está garantida. A outra vaga tem provocado uma feroz briga interna entre Eunício Oliveira, do PMDB, e Moisés Pimentel, do PT, que parecem aliados palestinos e israelenses. Empatados tecnicamente nas pesquisas, difícil prever quem chega lá. Mas qualquer dos dois não soma nada. Será mero figurante. O Ceará jamais foi tão pobre, quase mendigo, em representação parlamentar.


Do senador Carlos Jereissati (duas vezes deputado federal, presidente nacional do PTB e senador, cargo que ocupou por menos de um ano, pois morreu do coração no Rio de Janeiro, em maio de 1963, aos 47 anos) a esta data, só escapam Tasso e Virgílio Távora, de saudosa memória.


César Cals foi um bom senador, mas só tirou dois anos, depois de deixar a cadeira de Ministro das Minas e Energia. Seu suplente, Almir Pinto, devolveu-lhe o posto na marra. E olha que César é tido como um dos maiores governadores da história do Ceará (1971-1975), ao lado do seu excelente prefeito, Vicente Fialho, a quem os cearenses devem tanto.


O lamaçal que é o Senado de hoje, e de tão podre como quase todo o Congresso Nacional, precisa de urgente e especial saneamento básico. É um dos piores espaços parlamentares do país, onde só se aguenta entrar com o lenço no nariz.


A LA MUSSOLINI


As regras para a eleição que está chegando foram alinhadas de tal forma que seria impossível uma vitória da oposição, já combalida por divisões de fundo e forma. Lula, como um ditador provinciano, vem usando todos os escaninhos do governo para se promover e promover ainda mais sua candidata e ex-guerrilheira, essa estranha figura, Dilma Rousseff, desde o avião presidencial ao primeiro ofício de tapar um buraco na estrada ou abrir uma creche.


Só fica faltando uma lei (ou medida provisória) determinando que, em face da situação, o mandado presidencial dele seja prorrogado via Dilma, até... até...


Bem, a data fica em aberto. Antecedentes históricos bolaram uma forma (usada por Mussolini) que é uma obra-prima de concisão: “... Até que seja necessário”. Quem determina o “necessário” será o próprio.


Não tenho bem ao certo, mas acho que Salazar (ou Franco) usou uma fórmula diferente que dava no mesmo: “Até que os objetivos nacionais sejam alcançados”.

QUESTÃO DELICADA


Homossexualismo é destino anatômico ou psicológico. Não é questão de preferência ou orientação, como se diz eufemisticamente. Os homossexuais não conseguem ter sexo satisfatório ou qualquer sexo com as mulheres. Por isso, se voltam para os homens.


É uma carta ruim que se tira no jogo da vida. Mas, tudo bem, não é culpa do homossexual. E ele não deve ser perseguido, humilhado ou discriminado por uma sociedade civilizada.


Freud escreveu que o homossexualismo não é substantivo, mas adjetivo. Ou seja, é produto de outra coisa, como o desenvolvimento emocional atrofiado, que é sintoma de confusão de identidade, mas não é toda a personalidade do ser humano.


A maioria dos homossexuais discorda.

DILMA ENFRENTA UMA CACHORRADA


E tudo começa com um nome: José Dirceu. Seguinte: todo mundo sabe que Dilma não apita nada no PT, e se apita alguma coisa no Lula será porque o presidente é bem maior do que o partido. Quem vai dar mesmo as cartas é Dirceu, que vem aí como um todo poderoso jogando os magotes para trás, a fazer impor suas idéias, inclusive a da mordaça na imprensa, que ele considera “livre” demais no Brasil.


Vocês anotem e passem o lápis amarelo: Dirceu criará grandes problemas para Dilma, sem lhe dar chances de trocos. Cumprirá o figurino ao pé da letra, envolvendo o muro de Berlim que separa o PT do PMDB. Difícil será mesmo Michel Temer arranjar um meio de pular o muro, apesar de se tratar de um partido que tem maioria nas duas Casas do Congresso, embora seja um ninho de hienas.


Dirceu juntou todo tipo de explosivos para utilizá-los a favor do PT que ele imagina mandará agora no Brasil quase como o sonho de Hitler, sem nada a ver com Dilma. O que ele não deve esquecer, em nenhum momento, é que ela tem apenas dois explosivos, mas ambos letais, se bem aplicados: a caneta e o Diário Oficial.

O Brasil – quanta pena! -- caminha para virar carniçaria com uma cachorrada petista à porta.

SE ELA FOR ELEITA...


ONGs e outras instituições denunciam, via internet, que as pesquisas publicadas até agora são “terceirizadas”, ou seja, pagas pelo governo para dar vantagens à ex-guerrilheira, induzindo o eleitor. Como não acreditar? No Brasil político, só a verdade é mentira.


Lembro Carlos Lacerda, nosso tribuno maior e inesquecível, gênio do mal. No início dos anos 50, na fúria contra Getúlio, ao lado de David Nasser e do nosso Armando Falcão (já eleito deputado federal), na ânsia de degolarem Samuel Wayner, que revolucionou o jornalismo brasileiro com a sua Última Hora, Lacerda dizia:


-- Getúlio não pode ser candidato. Se for, não pode ser eleito. Se for, não pode tomar posse. Se tomar, não pode governar. Temos de massacrá-lo!

E deu no que deu. Por que não agir assim com a Dilma, essa criaturinha inexpressiva e incompetente que pode empurrar o Brasil para o abismo?

sábado, setembro 11, 2010

FALOU, PERDEU.


Modo infalível de Lúcio Alcântara perder votos é dar-lhe mais tempo no horário eleitoral. Quanto mais permanecer na telinha, mais os eleitores correm dele. É insuportável o que diz e como diz. Quando vestir o pijama, terá muito o que contar nas memórias. Nunca trabalhou, tem cinco aposentadorias e sempre viveu às custas do eleitorado besta. Político profissional, um dos piores do Ceará.

O REI DO NECROLÓGIO

O deputado Mário Benevides tem uma predileção lúgubre: registrar uma morte em discurso. Pede a palavra e sapeca elogios ao defunto, muita vez mudando apenas o nome e os adjetivos laudatórios. Sentimento mesmo, nenhum. Um colega dele na Câmara me diz: “Só nos últimos dois anos, contei 15. Ninguém encomenda uma alma com tanto prazer.” Vade retro!

MEU VOTO


A qualquer cargo eletivo que concorrer, o empresário e senador Tasso Jereissati terá meu voto. É o maior político do Ceará. O único com carisma, quase uma lenda, um líder nacional.

Não faz só política; faz história. E faz amigos desinteressados. O Nordeste precisa muito dele. Principalmente os cearenses.

TOLERANÇA

Sou de uma geração cheia de preconceitos e tabus, que não tolerava, por exemplo, a homossexualidade. Hoje, tudo é tolerado, e estou convencido de que amanhã será obrigatório. Tratarei de dar o fora.

GOVERNO

Não acho que Cid Gomes faça um bom governo. Apenas governa, às vezes com arrogância. Terá mais quatro anos para nos deixar uma obra marcante. Porque de marcante mesmo só tem a sogra, grande figura faladeira e curiosa.

PERGUNTINHA

O que se pode esperar de um país onde o assalariado paga 10% do total de imposto de renda e as instituições financeiras, os bancos, nem 3%? O que se pode esperar de um país onde R$ 20 bilhões da grana que entra como investimento estrangeiro são de brasileiros que usam o expediente para não pagar nenhum tributo?

LULA E BARRABÁS


Tem gente que acha que FHC tem muito a ver com Barrabás e Lula com Jesus Cristo. Por Júpiter! FHC não tem nada a ver com Barrabás, e Lula governa em cima dos planos do ex-presidente, milimetricamente.

Lula se parece com Barrabás, um Barrabás existente numa igrejinha de Teresina, quase às margens do Parnaíba, barbudo, espantado de ser salvo por um cara que mais tarde seria chamado de Salvador do gênero humano. Coisas.

CORRUPÇÃO


Quem é atropelado na rua e não encontra hospital, quem é assaltado e não encontra polícia, quem procura emprego e não encontra, quem paga antecipadamente o que não recebe – esse (todos nós) que se dane. E ainda participe da vaquinha para premiar a incompetência e a corrupção que varre esta pátria que nos pariu. Mas essa estranha senhora, Dilma Rousseff, vem por aí e tudo vai mudar. Para pior, claro. Lula esculpiu uma naja tripudians. Ai de nós.

TRADIÇÕES LITERÁRIAS

Temos duas tradições literárias admiráveis, a de Machado de Assis, sincrética de maviosidades portuguesas e do espírito novo da Terra de Santa Cruz, e a de Lima Barreto, da sua obra-prima, nativista à la Zola, Triste fim de Policarpo Quaresma, o livro mais emblemático da condição brasileira. Bebamos nessas fontes que a nossa sede será saciada.

ADOLESCENTE APOSENTADA


Madona não tem voz alguma, apesar de todos os alto-falantes. Com sua “cara de adolescente e braços de aposentada”, na expressão que encontrei na Veja, movimenta-se paca. Mas, se aquilo é dança, minha avó é bicicleta. Parece, com o microfone na boca, uma rainha das formigas.


E se cerca de veados com rabos de sereias, em cenas de que o rei do rebolado na praça Tiradentes e em certos locais de “programas” de Fortaleza, teria vergonha. Me dê um disco de Madona de presente, e eu telefono na hora para a coleta de lixo.