sábado, abril 25, 2009

PERISCÓPIO

1 - No pára-choque do caminhão, placa do Horizonte, Fazenda Meuzamor, na Canavieira, do advogado e boa gente Antônio Carlos Araújo: “Pior do que ser um pobre diabo, é ser um pobre diabo rico”. Faz sentido.

2 - Calmamente catastrófica” – é como os banqueiros europeus começam a definir a atual situação da economia do Brasil. Lembra a história daquela moça namoradeira, a Maria Batalhão, que tanto fez que acabou “ligeiramente grávida”.

3 - Não suportando mais o cinismo de alguns senadores e deputados, tomo a liberdade de dizer que, num país como o Brasil, pouquíssimos podem adotar a política como profissão e permanecer honesto. Até porque na política, como na alta finança, a duplicidade é considerada uma virtude.

4 - Quem pergunta...: -- o que se pode esperar de um país onde o assalariado paga 10% do total do imposto de renda e as instituições financeiras, os bancos, nem 3%, e onde R$ 20 bilhões da grana que entra como investimento estrangeiro são de brasileiros que usam o expediente para não pagar nenhum tributo?

5 - Eu adoro papo de economistas, só para rir do que chutam. Não acertam nenhuma previsão. Acertariam, com certeza, se tivessem de prever a década anterior. Em matéria de previsão do passado, são imbatíveis.

6 - Falam tão mal do computador. Mas vejam. Essa máquina surgiu para salvar a palavra escrita da extinção a que estava condenado pela tevê. Agora, na tela do computador há palavras, textos e mais textos, o que nunca houve na tevê. Muitos escrevem só pelo prazer de empregar a máquina.

7 - Houve um tempo em que a ignorância era por falta de informação. (Lembrai-vos de 64!) Agora, muitas vezes, é por excesso. Depois da inapetência, a indigestão. Por isso, não quero mais que me informem, quero que me expliquem. Deixem o Sarney explicar. É dos poucos confiáveis.

8 - Basta prestar atenção. A primeira página do New York Times dificilmente fala em governo. É o oposto dos nossos jornais, onde os principais personagens são, em geral, o presidente, governadores e ministros. Será simples preferência jornalística ou sintoma da onipresença do Estado?

9 - Encerro a coluna ouvindo Ataulfo Alves cantando Atire a Primeira Pedra, que ele compôs em 1944 com letra de Mário Lago, a mesma dupla famosa de Ai que Saudades da Amélia. Reproduzindo no título a sentença bíblica, este samba trata do apelo veemente de reconciliação de um amante, que não teme ser chamado de covarde. Ainda hoje é gravado e regravado. Pela primeira vez na coluna, a pedido de uma leitora, vai a letra completa.

10 - “Covarde sei que me podem chamar / porque não calo no peito esta dor / atire a primeira pedra, ai, ai, ai / aquele que não sofreu por amor / Eu sei que vão censurar o meu proceder / eu sei, mulher, você mesma vai dizer /que eu nasci pra me humilhar /ah, mas não faz mal / você pode até sorrir / perdão foi feito pra gente pedir”. Ótima letra, beleza de melodia, eis uma das melhores composições da MPB em todos os tempos.

1 Comments:

Anonymous Voltaire, said...

"M I C R O S C Ó P I O"
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Eu sou um faz-tudo, eu sou um nada. Um insignificante pesquisador de freguesia que colaborou em inúmeros livros para que seus autores colocassem seus nomes, que ninguém leu e todos detestaram. Como bloguista, nunca ganhei um único prêmio, perdi minha saúde em noites em claro, só para encher a cabeça e dar fama ao dono do blog. Em resumo, muito sumo. É só o começo.
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1 - Num pára-choque de uma carroça lá na cidade de Quixadá, pertencente tal carroça ao Sítio “Olho D’Água da Maria pra Riba”, do um meu amigo que ele prefere que eu não cite o nome: “Porco velho não se coça em pau de espinho”


2 - Uma situação calamitosa. Os banqueiros brasileiros, diante dos banqueiros europeus, me faz lembrar o Dr. Delamare, ante o comportamento de Delphine Couturier, em Flaubert.

3 – tendo como espelho a impunidade de alguns políticos, ocupando os mais altos postos do poder, os barnabés humildes procuram seguir o exemplo dos “grandões” e se dão mal. Aí, só eles levam a “chibata”. Até, porque, na baixa finança, acontece dessas coisas. Ser agora ladrão é considerado virtude.

4- Quem responde...:-- o que se pode esperar de um governo que cobra mais imposto ao assalariado do que aos banqueiros e empresários, proporcionalmente falando. E esses mesmos banqueiros e empresários são os maiores sonegadores de impostos. A única alternativa do assalariado é também querer sonegar, mas como?

5- Os papos dos economistas assim como os papos dos Meteorólogos são apenas previsões inúteis de um certo momento, que pode se modificar da noite para o dia. Tudo dependendo do vendaval que possqa surgir.

6- “Meu computador é meu tudo”. Palavras de um fanático internauta, que já não sabe mais sair de casa, tudo ele faz por computador: transações bancárias, compras, correspondências e, até namorar pela internet ele já faz. Não consigo namorar na internet, não sei como se faz isso, mas até que tem certas garotas que nos presenteiam com imagens eróticas. Por isso, já existem advogados pleiteando na justiça separação judicial, por motivo de traição baseaddo em infidelidade “internetiana”. E imaginem, tem uma advogada cearense com livro na praça. Apareceu naquele programa de entrevistas da TV Assembléia. Certamente, o computador é grande companheiro para muitos.


7 – Sarney, (esquecei-vos 85)demonstrando toda sua sapiência e cultura, responderia tal qual Kennedy, assim: "Sempre se ouvirão vozes em discordância, expressando oposição sem alternativa, descobrindo o errado e nunca o certo, encontrando escuridão por toda a parte e procurando exercer influência sem aceitar responsabilidade"

8 – Não preste atenção em mais nada. O jornal a "Verdade", de Baturité, dificilmente fala outra coisa a não ser no Ananias Arruda. Tudo bem, o Ananias é um personagem respeitado, mas será preferências jornalística de seus editores falar em Ananias ou falta do escrever?

9 – Encerro minha coluna ouvindo a música Vila Monteiro, samba de Lauro Maia em parceria com Aleardo Freitas. O "sambinha" é assim:

“Foi lá em Vila Monteiro
Que eu gastei meu dinheiro
Na casa de uma nega
Que era pra lá de boa
Diziam que era à toa
Mas não era não
Deixei o meu dinheiro e o meu coração
Espere que eu já vou buscar
Aquilo que sem querer eu deixei
Jurei que não havia de voltar
Mas é que eu deixei o meu dinheiro
E o meu coração
E dizem que essa nega
Também tem pauta com o cão.”

10 - Mas eu não quero falar em Lauro Maia, pois ele já é bastante laureado e festejado. Quero, então, aqui fazer justiça e falar de Aleardo Freitas. Aleardo, além de cantor, era violonista, compositor, vioionista e compositor. Nasceu em Fortaleza, Ce, em 9 de outubro de 1914.
A mãe do seu amigo Lauro Maia, a senhora Laura Maia, foi sua professora de piano. Se aperfeiçoou no violão com Oscar Cirino. No início da carreira, Aleardo Freitas se apresentava em programas da Ceará Rádio Clube, a famosa PRE-9. Teve uma “queda” para a música clássica, inspirados em Sebastian Bach e Heitor Villa-Lobos, depois preferiu seguir os ritmos musicais brasileiros. Aleardo Freitas compôs músicas que renomados interpretes o fizeram muito sucesso com elas. Dentre os interpretes estão: Vocalistas Tropicais, Quatro Azes e Um Coringa, Trio Nagô e Gilberto Milfont. Lembro-me bem que uma das músicas de Aleardo Freita tem o nome de “O menino que apanhava papel”. Mas, ele não ficou apenas em produção musical restrita, pois ao todo foram 82 canções e 48 obras em violão, todas hoje esquecidas pelos desmemoriados cearenses. Não quero me esticar muito, porque posso parecer que quero fazer uma biografia de Aleardo Freitas. Finalizando, ele nasceu em 09/10/1914 e faleceu em Fortaleza, em 22/06/1994, aos 80 anos. Portanto, no próximo 22/06/2009. Aleardo Freitas completará 15 anos de falecido. Será que algum jornal se lembrará dessa data? “E DIZEM QUE ESSA NEGA TEM PAUTA COM O CÃO”

9:26 AM  

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