sábado, abril 04, 2009

DESCARTES E AS COMUNICAÇÕES



Só agora, do alto de suas cordilheiras, os intelectuais descobriram que estamos na era das comunicações. É verdade que o governo Lula exagerou. Pensando comunicar-se só para dentro, comunicou-se também para fora, graças à tecnologia de piolhos televisivos, e essa foi sua desgraça, embora com uma popularidade ainda alta.


Como o Diabo jamais cai sozinho, arrastou dezenas de corruptos. Os nomes são incontáveis, em razão do imoralíssimo corporativismo no Congresso. Mas, eu estava a dizer que os intelectuais descobriram a era das comunicações. Sim, a era é de comunicar. Comunicar o quê? Não importa. Qualquer coisa. Comunique-se com um radioamador, eles são sempre interessantes, têm muitos assuntos, sabem das coisas.


Comunique que está pesquisando sobre quem surgiu primeiro – se a concha Cooky ou a Coca-Cola. Comunique que vai ao banheiro. Use todos os meios possíveis para acompanhar o espírito da época. Disque o telefone o dia inteiro, e o pobre do celular, desses que mostram sua fotografia, passam e-mail, têm viva-voz, gravam, fazem misérias. Você sentirá que não está só, porque estranhas vozes entrarão em seu universo acústico, levando-o ao desespero ao perder a linha.


Ligue o rádio, sinta a aldeia global. Ligue a tevê e receba um contingente de mensagens para piorar a sua burrice. Sinta-se feliz. Ligue o som, o aspirador, o forno de microondas, o chuveiro elétrico, a batedeira de ovos, o ferro de engomar, o secador, o ar condicionado. Todos esses ruídos fornecerão a você o certificado de desenvolvimento. Abra o gás. Suas emanações são o incenso do engrandecimento. Sinta-se, enfim, um homem feliz. O progresso das comunicações poupa a você o esforço de pensar.


E mande reverências ao coleguinha Descartes, que pensava assim: penso, logo existo. Com uma diferença: leia atentamente tudo sobre o Congresso Nacional que temos em Brasília e diga assim: penso, logo desisto. E fique sempre a se comunicar, e em paz com Descartes.

1 Comments:

Anonymous Renê Tristão Passos Dias, said...

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"AS COMUNICAÇÕES DESCARTÁVEIS"

Não existe nada novo na Filosofia, na Teologia, nas Artes e nem na Sociologia. Nestas ciências, tudo que é dito no presente, já foi escrito já foi escrito no passado. Muitos estudiosos destas áreas do conhecimento recorrem sempre às velhas teorias de Sócrates, Aristóteles, Platão e até de Descartes. Aliás, se a Filosofia não mudou, as ciências ditas humanas não mudaram, e só o que mudou foi a tecnologia, ou seja, o aprimoramento tecnológico através da ciência. E mesmo assim alicerçados em conhecimentos do passado, mas mudou.

O Homem das Cavernas se comunicava através de desenhos que ele os utilizava no seu dia a dia. Tais desenhos, o homem moderno teima em designar de “arte rupestre”. Sinal que todos os habitantes das cavernas tinham sensibilidade e eram artistas.

No velho oeste americano, a comunicação dos índios Apaches, Sioux, Dakota, Navajos e Comanches era através da fumaças. Necessitava, assim, o índio ter uma ótima visão. E eles se comunicavam tão bem que, através da fumaça, chegavam a transmitir sentimentos, como receio, amor, alegria, etc. As tribos africanas usavam tambores, para se comunicar, na imensidão da floresta. Essas mensagens sonoras eram retransmitidas aos mais longínquos recantos, sem que houvesse deturpação da mensagem. Ao índio africano era necessária uma boa audição, para que não se cometesse erro na interpretação da mensagem.

Depois veio a Imprensa. Mais tarde o Telégrafo com o Código Morse. A linguagem do telégrafo foi tecnologia de ponta de um passado não muito distante, dando e recendo notícias de todas as partes do mundo, e foi muito usado nos “Fronts” de guerra. Para ser telegrafista, boa audição e boa caligrafia eram imprescindíveis, Assim, o homem se comunicava de maneira fidelíssima.

Hoje, apesar das comunicações com seus meios cada vez mais exóticos devido a novas tecnologias, dando simplicidade na busca da informação, tanto o rádio, a televisão, ou jornal, não mais consegue despertar atração como os arcáicos meios de comunicação citados acima, tendo em vista que a notícia e a informação sofre a ação deturpadora da modificação das mensagens, que são adaptadas ao bel prazer de quem as divulga, querendo, com esse procedimento, ser inovador, quando, na verdade, são meros copiadores.

Assim, prefiro ler Descartes, visto que ele não é descartável. Do mesmo modo, ainda sinto a falta dos tambores e da fumaça dos índios. Prefiro o velho telegrafista, com seu código Morse, do que ler,ver ou ouvir a falta de criatividade dos que fazem os muitos meios de comunicação existentes.(Leia meu blog.O endereço é-http://hapassos.blogspot.com.)
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11:11 AM  

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