PERISCÓPIO
***** A crise financeira, que vai se acentuando a cada novo dia, vem acompanhada pela efervescência dos boatos. Não é mais murmuração. É uma praga. Como a dos gafanhotos.
***** Foi patética a passagem de Clodovil pela Câmara dos Deputados, o quarto mais bem votado do país. Com suas esquisitices, virou folclore. Agora, morto, que faça suas esquisitices onde e como quiser. Respeitemos os mortos, que carregam suas virtudes e defeitos. O nosso Congresso – sempre essa imagem fatal – continuará sua autoflagelação com atuações vergonhosas. Clodovil fez rir, o Congresso faz chorar (vá lá o trocadilho infame).
***** É na famosa carta de Benjamin Constant a madame de Charrière que ele conta a engenhosa teoria de um filósofo piemontês, segundo a qual Deus teria morrido antes de concluir a sua obra. O homem é bem um exemplo.
***** De Camilo Castelo Branco (vida infeliz que levou-o ao suicídio), que tanto idiota brasileiro desdenha como escritor ultrapassado: “Nunca é feliz com vestido de chita a mulher que tem amigas com vestido de seda”.
***** As duas vagas no Senado, caso Dr. Tasso (PSDB) se decida pela reeleição, já têm dono: uma é dele, a outra é do deputado federal Eunício Oliveira, do PMDB, que ainda pode conquistar a presidência nacional do partido. Caso Tasso tome outro rumo, a vaga dele deve ficar com o ministro Moisés Pimentel (PT). Isso só vale até hoje, porque amanhã, o futuro, é um espelho sem vidro. O mar pode virar sertão...
***** A repórter me pergunta em que ponto reconheço ou não reconheço Deus. Bom, acho que Deus – o Deus divindade que eu não creio que exista -- é um romancista linear, quando nos dá o nascimento, a infância, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte. E até hoje, como dizem os que crêem, ainda não mudou de técnica nem de processo.
***** Já observei que o pior colaborador é o chamado burro dinâmico. Limitado de inteligência e de cultura, quer fazer de tudo. E atrapalha, em vez de ajudar. Não há nada pior do que a ignorância ativa.
***** Lição que li não sei onde, guardei e gosto de lembrar: “Não rejeite com o pé a canoa que te permitiu atravessar o rio.” Fácil de guardar na memória, mas que muita gente esquece por amnésia de caráter.
6 Comments:
*****Antigamente, o dono da carroça se servia do burro como colaborador para puxá-la. Hoje, dispensa, pois ele mesmo puxa a carroça, dinamicamente, só que de maneira pior que o burro. Dispensou até o carroceiro, só o dono da carroça é inteligente e tem cultura ativa. Da mesma maneira, muitos agem assim. Nesse aspecto que o burro se transforma em centauro, narinas fumegantes, irado, dando coice no vento. Não há brida que o segure.
***** “Vou fazer serenata no ar”. Trecho de uma música, que agora eu me lembrei, cujo nome é “O Remador”, composição de Carlos Santos / Pedro Américo / Alípio Martins. Nada de excepcional, mas essa música me atrai. Começa assim: Remador, Remador (oh oh oh oh) / Apressa esse barco no mar/Eu quero ver meu amor (oh oh oh oh)/ Que mora do lado lá...”
O ser humano é cego para os próprios defeitos. Jamais um vilão do cinema mudo proclamou-se vilão. Nem o idiota se diz idiota. Os defeitos existem dentro de nós, ativos e militantes, mas inconfessos. Nunca vi um sujeito vir à boca de cena e anunciar, de testa erguida: - "Senhoras e senhores, eu sou um canalha" O ser humano é cego para os próprios defeitos. Jamais um vilão do cinema mudo proclamou-se vilão. Nem o idiota se diz idiota. Os defeitos existem dentro de nós, ativos e militantes, mas inconfessos. Nunca vi um sujeito vir à boca de cena e anunciar, de testa erguida: - "Senhoras e senhores, eu sou um canalha"
Pensamento acima é de um dos meus autores favoritos: NELSON RODRIGUES.
O grande MOISÉS PIMENTEL, não pode ser comparado ao JOSÉ. O MOISÉS, figura intéprida, foi o dono da Rádio Dragão do Mar, que foi o único ógão de comunicação do Ceará que tomou a brava e aberta posição em favor da legalidade, quando rebentou a Revolução de 64. Naquela época MOISÉS PIMENTEL era deputado federal.
Eu vi, eu estava presente quando os caminhões do EB pararam em frente da Dragão. Um oficial muito conhecido, que depois foi deputado comandava a tropa.
O grande MOISÉS PIMENTEL merece justas homenagens, mas a lembrança do cearense é pequena. É pena.
ERRATA: onde se lê intéprida, leia-se, INTRÉPIDA.
"Errare humanum est"
De Camilo Castelo Branco:
"Homem que pensa, que estuda, que trabalha, sob influência tenaz de uma idéia, que cisma na imortalidade que lhe pode dar a ciência, ou no dinheiro que lhe pode dar um livro, tal homem só serve para marido depois que o reumatismo lhe faz ver o celibato à luz da higiene."
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