sábado, abril 18, 2009

ADHEMAR, JK E OS PLANOS DE METAS


Está na moda lançar plano governamental, a velha questão do plano administrativo. Lula toda semana lança um, com a ministra Dilma ao lado, dizendo sim com a cabeça e aplaudindo. Convidam-se técnicos, lideranças comunitárias, cientistas políticos, desocupados, especialistas nisso e naquilo, e vamos ao plano de nome bonito, atraente, com logomarca. Etc.


Tem um aí com a Caixa Econômica que garante um milhão de casas populares. Um milhão! A gente sabe que isso é bazófia, falácia, até porque são quase 15 milhões de pobres-diabos perambulando pelas ruas, sem ter onde morar. E ainda mais porque só beneficia municípios com mais de 100 mil habitantes. Mas anunciar planos é tradição na política nacional dos governantes brasileiros nas três esferas.


Ao final, o prefeito, o governador ou o presidente não lêem uma linha do tal plano e governam à luz dos próprios interesses. Conta-se, a propósito, que o velho pilantra Adhemar de Barros tinha sempre um plano em sua prateleira, bem encadernado, repleto de estatísticas e gráficos. E ele, gordo, rico, safado, com aquele crucifixo de ouro caído ao peito, observava com o velho cinismo dos políticos rasteiros: -- “É bom ter sempre algum plano guardado para empurrar nos palermas...”


E fazia o que a grande maioria dos governantes faz. Toda comissão de organismos internacionais que chegava e queria saber de suas intenções, Adhemar dava a ordem sumária: “Ô, querido aspone, traga aí aquele o nosso plano.” E lá vinha o volume grosso e bem editado. JK simplificou as coisas e compatibilizou-as numa síntese – “Plano de Metas”. Mas JK era único. Fazia planos e cumpria planos.


Com as eleições de 2010 se aproximando, imagino o quanto Lula não deve estar ansioso pelo plano que desejam, em razão do figurino eleitoreiro que lhe mostram. Não fujo da observação misteriosa: desconfio que improvisam a baboseira toda, e isso é considerado plano para si e seus palacianos. Nesse ponto, o ex-metalúrgico ganha até de Adhemar de Barros. Daí em diante é o labirinto, com a dúvida e a impressão de que o plano anda escondido ou desapareceu como a antimatéria, que se extingue quando existe, e coisas assim de endoidecer a cabeça da gente. Como física quântica.


Sobre Lula, Obama – educadamente aqui um gozador -- tem razão: “Este é o cara”. Ainda assim, eu pergunto: alguém duvida que esse cara faça seu sucessor, seja lá quem seja?

1 Comments:

Anonymous Altomiro Falabella, said...

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"MANIAS, LULA PLANOS SEM METAS"

O populismo é uma forma de governar, na qual o governante, estrategicamente se utiliza de “lábias” para obter a simpatia do povo, usando, para tanto, uma retórica simples e a propaganda em torno da figura do presidente. Como o salvador da pátria. Acontece que o populismo de Lula é um populismo diferente, pois na sua essência, o populismo tem como características medidas autoritárias e o desrespeito as instituições políticas e democráticas, embora com palavras favoráveis aos menos favorecidos. Mas, o populismo de Lula marca o surgimento de um novo modelo de populismo, mesclado com o capitalismo, usando de subterfúgios programáticos onde estão embutidos o massacre social as classes menos favorecidas, na tentativa de agradar todas as correntes políticas de sustentação ao seu governo, menos dos mais humildes segmentos sociais. E assim, o populismo sempre esteve presente em todos os governantes brasileiros, sendo essa característica mais acentuada a partir de 1930 com a ascensão de Getúlio Vargas (o pai dos pobres) ao poder, mas Lula inaugura o populismo mais arrasador do que todas as cruéis ditaduras existentes. O Populismo do cinismo.


Juscelino, com o emblemático “50 anos em cinco” lançou o desenvolvimento da indústria brasileira, e todos classificaram JK de entreguista, só porque se utilizava de capital internacional. Até hoje nunca se viu tanta dinamização na indústria.
Na ditadura militar (64-85) as COHABs trouxeram um grande benefício para população, com a construção de vários conjuntos habitacionais, como o Conj. José Walter, Conj. Ceará, que hoje são verdadeiros bairros de Fortaleza. Hoje, a Caixa, só puxa pra sua caixa.
Assim se sucedeu e assim se sucede. Muitos governantes tratam de dar um caráter singular ao seu governo, de que as ações governamentais são dirigidas ao povo, quando muitos desses planos são engavetados no ocaso de seus governos. Só para citar: APF(Administração Popular de Fortaleza - Maria Luiza), Governo da Confiança (César Cals) Cidade Saudável(Elbano Cambraia) Fortaleza Bela (Luizianne) e etc, etc. O povo sempre espera algo de seus governantes, termina sendo enganado.
Diante de novas eleições, há quem garanta ao eleitorado que - ”Se eleito for” - que sua gestão será diferente, recheados de planos, mais mirabolantes que realistas, para depois ter-se apenas o vazio de uma administração voltada para interesses dos grupos que patrocinaram a campanha do vencedor.
E assim é Lula, não fugindo à regra, emerge nos mesmo esquemas, os mesmos conchavos e conluios, tal qual os de governos anteriores, que ele tanto criticou. Com certeza, com sua toda popularidade, será que ele fará o seu sucessor?(Leia meu blog. O endereço - http://hpassos.blogspot.com.)

10:35 AM  

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