PERISCÓPIO
1. Queiram ou não, o abc do jornalismo continua o mesmo, e há de continuar o mesmo – quem-o que-quando-onde-porque. O fino trivial é bem servido seguindo-se essa regrinha simples. É o que a maioria das pessoas quer. Notícias, escritas de maneira clara, com descrição específica do que possa interessar. Jornalismo cultural é outra coisa. Requer expertise.
2. O político não tem o privilégio do artista, que pode ser um canalha em particular, se sua obra o redimir. Hoje se estuda a obra de Marquês de Sade com a mesma isenção moral com que estuda a obra de Santo Agostinho, que nem sempre foi santo.
3. As grandes lendas se fazem com o tempo. Não dou uma geração para Lula se transformar num herói legendário, e sua passagem pelo governo numa narrativa épica.
4. Rola na Internet esta frase de Eça de Queiroz, escrita há mais de 100 anos: “Os políticos e as fraldas deviam ser trocados freqüentemente e pela mesma razão.”
5. Confesso gostar humildemente de dinheiro. Não sei é como encontrá-lo em quantias satisfatórias. Somando tudo o que ganho, inclusive o que o governo me assalta, o dinheiro dá para eu viver magnificamente uma semana.
6. O brasileiro médio, hoje, se levantasse a pata para fazer pipi, fatalmente cairia para um lado e faria pipi em si mesmo.
7. O PT insiste em dizer que tem um programa operário. Bulhufas. No máximo, tem um programa de radicais da classe média que imaginam representar a classe operária, e não operários, porque estes mesmos querem é se integrar à sociedade de consumo, ter empregos e boa vida. Socialismo, nem pensar.
2. O político não tem o privilégio do artista, que pode ser um canalha em particular, se sua obra o redimir. Hoje se estuda a obra de Marquês de Sade com a mesma isenção moral com que estuda a obra de Santo Agostinho, que nem sempre foi santo.
3. As grandes lendas se fazem com o tempo. Não dou uma geração para Lula se transformar num herói legendário, e sua passagem pelo governo numa narrativa épica.
4. Rola na Internet esta frase de Eça de Queiroz, escrita há mais de 100 anos: “Os políticos e as fraldas deviam ser trocados freqüentemente e pela mesma razão.”
5. Confesso gostar humildemente de dinheiro. Não sei é como encontrá-lo em quantias satisfatórias. Somando tudo o que ganho, inclusive o que o governo me assalta, o dinheiro dá para eu viver magnificamente uma semana.
6. O brasileiro médio, hoje, se levantasse a pata para fazer pipi, fatalmente cairia para um lado e faria pipi em si mesmo.
7. O PT insiste em dizer que tem um programa operário. Bulhufas. No máximo, tem um programa de radicais da classe média que imaginam representar a classe operária, e não operários, porque estes mesmos querem é se integrar à sociedade de consumo, ter empregos e boa vida. Socialismo, nem pensar.
8. Uma vez chamaram Ruy de ladrão porque suas cadeiras, em casa, tinham as iniciais RB – República Brasileira. No entanto, significavam apenas Ruy Barbosa (sempre com Y, por exigência da família e dos baianos), cuja casa visitei muitas vezes, na Rua São Clemente, em Botafogo. Ia ver os livros, os móveis e sentir o bafo de uma das maiores inteligências do Brasil.
9. Levando em conta o que ouço, anoto e me informam, desconfio que Lula vai continuar presidente. Sua reeleição está a caminho e sem pedras . Serra é um trovão distante.
10. No Brasil, quando se trata de corrupção, nossos esforços são inúteis, o purgante não faz efeito, o susto não educa e os gatos escaldados correm todos para a panela.
2 Comments:
"ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA"
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EBULIOSCÓPIO - parte 1
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1.O problema é que o alfabeto do jornalismo só continua o mesmo, somente porque quem faz jornalismo, procura sempre mostrar os mesmos “Quem(s)”, “quê(s)”, “Quando(s)”, “onde(s)” e “porquê(s)”.
Claro que a criatividade dá um toque especial ao trivial, mas é necessário criar receitas próprias...simples. Analise bem, um jornal é um produto, como outro qualquer, que está na prateleira do mercado. Por exemplo: Num pacote de bolacha, você quer todas sejam saudáveis e em perfeito estado. Se as bolachas estão “mofadas”, você não compra mais aquela marca, procura outra. Se todas as marcas estiverem “mofadas”, você, então, deixa de comer bolachas. Assim, da mesma maneira são os jornais. O jornalista atual precisa abstrair-se de todo esse mundo de informações planificadas e se dedicar, em noticiar o que o povo espera. Até, o Jornalismo cultural pode ser direcionado a todas as camadas, com uma ortografia fácil, sem o rebuscamento de palavras, cuja única expertise necessária é saber agradar o leitor. Jornal é como feijão, tendo gorgulho ou pedras, ninguém engole. Entendeu, meu camarada!
2. Os políticos não possuem obras perenes. Os políticos não têm os privilégios dos artistas, porque os artistas já nascem para serem diferentes, de vida excêntrica ou vivendo simplesmente, com um determinismo que não pode ser explicado. Só os artistas é que possuem sentimentos além do factual, cujas obras transformam a vida. Daí, Perdoam-se-lhes tudo. Suas obras são relembradas sempre, visto adaptáveis a todos os períodos da história. Falo aqui em “artista” numa definição ampla, culturalmente falando. Hoje se estuda o Cântico dos Cânticos como se fosse um conto erótico, o mesmo se faz da bíblia, que conta muita desgraças autorizadas pelo criador.
3.O tempo moderno é instantâneo, não existem mais heróis, nem lenda. As mulheres já foram lendas. Políticos já foram lendas. Lula será um legendário herói no saudosismo do histórico do PT. No entanto, para as elites, ele será, como sempre foi, uma marionete. Como a Historia é fabricada pelas elites, para Lula não sobrará nada. Será um herói marginal.
4. "Qvosque tandem abvtere, Catilina, patientia nostra?" É só o que rola nas rodas intelectuais, a frase de Cícero contra Lucius Sergius Catilina. Traduzindo para linguagem popular, quer dizer: Saiam do governo seus “abutres”, até quando vocês abusarão de nossas carniças. Freqüentemente e pela mesma razão.
5. Como nós poderíamos viver sem o dinheiro! Boa pergunta! Até na igreja se pede dinheiro. Somos escravos dinheiro ou de suas representações. O Sal já foi dinheiro, hoje nada vale. O homem sempre procurou ganhar mais dinheiro do que necessita. Pergunto: Mas se em uma semana você gasta tudo, é sinal que você magnificamente passa sem ele as outras três semanas do mês. Proporcionalmente, no ano, passa quatro meses com dinheiro e oito meses “liso”. Então, faça como eu, já que não saio de casa, não tenho com o que gastar. Quando amigos exigem minha agradável presença, que venham me buscar em casa e, depois, vir me deixar. Ofereçam-me livros, CDs, e, até, como forma de gentileza eles fazem questão eles fazem questão de que eu não entre na divisão da conta do restaurante. “Já não tenho mais idade pra ensinar os outros de graça, quando se tem cultura, deve se sentir valorizado.”
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EBULIOCÓPIO - parte 2
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6. Os brasileiros conformados e pessimistas, falam assim: “Tanto faz que o xixi corra para cima ou para baixo”, ou: “Tanto é daqui pra lá, como de lá pra cá”. O mesmo que dizer: “Tanto faz pelado como sem cabelo”.
7. O que mais me causa mais ojeriza é que os representantes dos partidos que se denominavam de esquerda, principalmente representantes do PT, que se diziam defensores da classe trabalhadora, calam-se, agora, quando o comandante maior, está no governo, a serviço das elites. Socialismo, a doce ilusão da classe proletária.
8. Dispensando o famoso Ruy, que teve méritos reconhecidos, eu me lembrei, agora, de uma profunda afeição entre conhecida bibliotecária, por intelectual da terra. Quando ele estava acamado, findando os dias, não enxergando mais nada, diz para bibliotecária: “MC”, eu não posso perder você de vista” Ela, então, responde: “E eu estou em vista de lhe perder”. Conheci-os, mais a ela, que ele. Recordava saudosa a sua companhia, de um dos maiores Intelectuais do Ceará.
9. Tudo indica que Lula vai continuar presidente, pois assim a classe dominante exige, para que ela não seja culpada das mazelas sociais. Usando Lula, a história absolverá os poderosos. Lula, claro, se envaidecerá, pois sua atração pelo poder não é ideológica, e sim tipo “messiânica”, somente por ser identificado como presidente, “O salvador da pátria”.
10. No Brasil, a inversão de valores é tão grande que corrupção virou sinônimo de sabedoria. A corrupção se alastra, como mulher “parideira”, e de numerosa prole, que a minha avó dizia assim: “Tem promessa com São Bento, filho de fora e filho de dentro.” Assim é a corrupção, quanto mais tem, mais cria aparece..
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