sábado, agosto 23, 2008

PERISCÓPIO

***** Não podemos omitir nossa responsabilidade sobre a Amazônia. Fomos capazes de trazê-la até os dias de hoje, e o que ela representa no universo da criação. Ainda ali se pode ver o primeiro dia, as águas se separando da terra. O espírito de Deus boiando.

***** Dos tempos inocentes. Pergunta que não podemos responder nem sim nem não: você já deixou de bater em sua mulher?

***** Um desses amigos que nos merecem tudo me convidou para a conferência que ia fazer sobre jornalismo. Detesto conferências. Me enchi delas na temporada na Fundação Getúlio Vargas. Dessa, porém, não pude escapar. Porque, com ele, a única desculpa seria o enterro.

***** Acho uma graça esse negócio de escrever para a posteridade. Dificilmente chega-se lá, ou porque o destinatário não mora mais ali, ou porque a carta se extraviou. Seguro mesmo é escrever para os contemporâneos.

***** Fico feliz quando um autor vende milhares de exemplares. Bem diferente do tempo em que José de Alencar e Manoel de Macedo mandavam vender seus livros por um preto de balaio no braço, de porta em porta, como melancias e tangerinas.

***** Desconfie de quem diz que nunca se sentiu tão moço. A velhice está chegando quando começamos exatamente a dizer isso.