sábado, agosto 02, 2008

PERISCÓPIO

***** Embora católico, tenho que a salvação de minha alma às vezes me assusta, por me parecer que a eternidade nada mais seria do que uma insônia sem fim. A insônia tem sido minha companheira desde a juventude distante, e meu pai, em consolo, me dizia que terei a eternidade para dormir. Vá lá que seja.

***** Clima eleitoral, de expectativa, de apreensões. Parafraseando Doris Day, pergunta-se, a propósito da eleição em Fortaleza: quem será, será? Moroni? Patrícia? Luiziane? Aquilo que for, será...

***** No fim da vida, Pasteur estava sendo glorificado. Saiu para receber a medalha do mérito e, quando entrava no recinto, teve um derrame. Agonizando, disse: “Que pena! Eu ainda tinha tanto o que fazer!”

***** Um amigo, Miguel Colares, me manda de seu sítio, bem aqui nas proximidades do Pecém, uma encomenda via Sedex. Dez dias para receber. A que remeti a ele, pelo mesmo portador, acabou voltando com a observação “não procurado”. Me fez rir mais do que o Groucho Marx.

***** Cuidado com os elogios. O elogio verdadeiro é sóbrio, exato, objetivo. Não faz espuma. Deve antes lembrar o bater firme e seco do martelinho do leiloeiro, que só precisa de uma pancada leve para decidir o lance.

***** Quando Ruy morreu (a família fazia questão do Y), em 1927, aos 74 anos, o Jornal do Brasil anunciou-lhe a morte com esta manchete de primeira página: APAGOU-SE O SOL.