PALAVRAS E MURROS NA MESA
Um bom temperamento não comporta agressões. Se é defeito, melhor este, mas nada de murros, machucar alguém. Juarez Távora, candidato a presidente da República em 1955, contra JK, foi quem materializou essa velha metáfora. Ele falava sempre esmurrando a mesa fortemente. Uma vez derrubou os copos, que espatifaram e foi um vexame.
Até os velhos oradores, exaltados, quando falavam batendo na tribuna, era porque as palavras não batiam mais. E na política a palavra é uma parte da ação. Vejam Barack Obama. A palavra é o forte dele. Um grande orador sabe que a palavra tem mais força que a própria força, embora tenha de ser prudente, serena, paciente. O equilíbrio é indispensável à convivência democrática. Gestos de grandeza não fazem mal a ninguém. A coragem de recuar é a maior de todas as coragens. Persistir no erro, sabendo dele, é a pior de todas as covardias, porque é o medo de ser justo.
Murros na mesa, a afoiteza, a precipitação, não são deusas que devam acompanhar quem decide, em qualquer área, pública ou privada. Neste raciocínio, li não sei onde esta observação: não conheço cemitério de medroso nem valente de cabelo branco. Jenkins, se não me engano, foi quem definiu o verdadeiro democrata como aquele que sempre tem a consciência de que pode estar errado, que não é o dono absoluto da verdade.
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