sábado, junho 06, 2009

O Perigo Que Mora Nos Palácios


No Brasil, os governantes vivem a falar em crescimento, desenvolvimento. Nunca se renovam, já que teriam de se apoiar na modernidade. Mas como tudo o que se fala por aqui dá em nada, inclusive acabar o nepotismo e a brincadeira de CPIs, deixa pra lá.

Já em 1930, o ideal de modernidade era tão forte que tinha até o “Hino da Revolução” composto por Villa-Lobos. Os anseios modernistas, repelidos na década de 20, encontravam resposta política que os acolhia. Alceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde), Graça Aranha, Manuel Bandeira, Oswald e Mário de Andrade, Oscar Niemeiyer, Lúcio Costa tinham vez. Depois, estes se juntariam, sob as asas lúcidas de Gustavo Capanema, no prédio do Ministério da Educação, com Portinari e Bruno Giorgi, nos painéis e na escultura.

As reformas sociais foram tentadas. O verde-amarelo renascia na tese nacionalista de governo – com todos os perigos e ambigüidades que a palavra continha nos anos 30. Como acabou esse idealismo, passando pelos 18 do Forte até a Coluna Prestes? Numa ditadura, a de Getúlio. São os perigos dos palácios, já desvendados por La Fontaine, quando a Aranha diz “quero ir para o palácio” e a Gata responde “eu não, é perigoso”.

A revolução – ou contra-revolução, como diz Jarbas Passarinho – de 1964 também invocou a modernização. A necessidade de o país acompanhar os passos do mundo. Como terminou? Com a desagregação de sua estrutura política, que passou a ser o maior e o mais grave problema do Brasil. Uma democracia precisa de instituições fortes.

Alguns políticos desagregaram o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, que não se entendem e até se enrolam um no outro. Há os que tratam a oposição de golpista, fazem carinhos a Hugo Chaves que aproveita a democracia para acabar com a democracia. Agora, mais uma vez, o ideal do Império, de 1930, de 1964. Necessidade de um grande sistema político capaz de operar uma grande democracia.

É preciso aproveitar as eleições recentes que deixaram muitas lições, e mexer na legislação eleitoral e no sistema de representação, sem o que a Aranha e a Gata acabam indo morar no Palácio, levando veneno e um pouco de dengue aos maus brasileiros que fazem de Brasília a casa da sogra.

5 Comments:

Anonymous Dr. Palácio Banderas, said...

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JORNAL BLOG FERA
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"Os Idiotas Moram em Todos os Palácios"

Uma das coisas mais extraordinárias no ser humano é a conformação quanto ao seu destino.
Que dois idiotas nós somos, EU e meu EU. Quando digo alguma coisa, pensando enganar-me a mim mesmo, não passo de um idiota. Se o meu EU aceitar é mais idiota do que EU. Então, nos vivemos, EU e meu EU, eternamente disputando para saber quem é o mais idiota de nós dois. E não chegamos a nenhuma conclusão.

Mas, saindo da minha redoma de vidro, vejo que todas as pessoas passam por esse mesmo conflito. Os velhos prepotentes, que pensam que idade é acúmulo de sabedoria, são mais idiotas do que os velhos inexperientes. Mas eles têm que se decidir, se querem ser um VELHO IDIOTA, ou um IDIOTA VELHO. E olhe, tem que escolher só uma opção.

Mas o pior de todos idiotas são os POETAS VELHOS, quando falam basbaquices, de um amor perene, já no fim da vida. O louco idiota até que se admite, mas POETAS VELHOS IDIOTAS, não há quem agüente.

Mas, às vezes, é bom se fazer passar por IDIOTA. Como assim? Passando-me por IDIOTA, leio certas colunas de jornais, certos artigos de jornais, que de tão BEÓCIOS, me dão vontade de nunca mais querer ler JORNAIS. Mas, penso se acaso eu for ler tais artigos de maneira racional, com o equilíbrio da RAZÃO, minha reação seria IRRACIONAL, minha ira irá aflorar, pois faria uma enorme fogueira, tocaria fogo em tantas baboseiras inúteis. Agindo como IDIOTA, diante dos hilariantes conteúdos de JORNAIS, vou levando a minha vidinha BESTA, engolindo, pacificamente, o um entulho de LETRAS, que nada trazem e que nada dizem. REMOENDO, bovinamente sonolento. Por sinal, é através dos JORNAIS, que tomo consciência de que idiota não sou só eu, mas existem MILHÕES de idiotas. Que excelente descoberta, a minha. Sei que sou um IDIOTA, porque tomo consciência das idiotices dos outros. Ou, sou racional porque tomo consciência das idiotices dos outros. Ou...Argh! Sei lá, o que eu ia escrever... me idiotizei de tanto pensar.

Mas, ser IDIOTA tem suas vantagens. Quer um EXEMPLO. Aqui vai: Quando alguém lhe pede algum dinheiro emprestado. Claro que você que é um cara muito ranzinza, não vai querer emprestar. Então, você faz de conta que não ouve, coloca a mão no bolso, começa a assoviar uma música, taca do dedão no nariz e sai andando sem dar à mínima. O cara vai dizer: Vixe, esse cara é um louco idiota!!! No entanto, você foi um grande sabido.

Outro exemplo: Um amigo meu é metido a machão, mas quando a mulher dele, à noite, se insinua aos conluios matrimoniais, Ele, já não tendo mais aquela vontade dos tempos de outrora, de repente, se zanga, fala no custo de vida, no preço da carne, na gasolina. Levanta da cama e sai resmungando, retirando-se do “campo de batalha”. Vai para o escritório, radiante, achando que foi muito sabido, pela desculpa que deu a sua mulher, liga o computador cheio de si e vai se deliciar em fotos de mulheres na Internet. Esse meu amigo, EM VEZ de sabido, não passa de um idiota. Bom, isso foi o que me disseram. Sabe como é, NÉ, quando as mulheres estão em salão de beleza desembucham tudo, de sua vidas, para as amigas.

Mas contentem-se, meus caros leitores, como já frisei, ser IDIOTA tem as suas vantagens. Assim como muitas pessoas se fazem de moucas, de vítimas, de valentões, de arrogantes, de justiceiros, de palermas, quando, na verdade, elas são justamente o contrário do que dizem, e se são o contrário do que dizem, todos eles são idiotas. Como vivemos sempre por detrás da eterna máscara do NÃO SER O QUE REALMENTE SOMOS, pode-se chegar à conclusão que todos nós somos idiotas. Vivamos, então, a nossa IDIOTIA da maneira melhor possível. Faz bem!

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11:31 AM  
Anonymous Dr. Palácio Banderas said...

"O orgulho tem esquisitices como qualquer outra paixão. Temos vergonha de confessar que sentimos ciúmes, mas nos vangloriamos de havermos tido e de sermos capazes de tê-lo."
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François de La Rochefoucauld

2:30 PM  
Anonymous Dr. Palácio Banderas said...

"Medo da inteligência"
Gervásio de Paula - 01.07.09

Recebo e-mail aos montes pelo meu particular. Sou desorganizado por natureza. Por isso, não guardei nem meu atestado de batismo, certidão de um casamento. E, às vezes, nem sei direito quanto ganho de pró-labore. Desconfio ainda que não guardarei meu atestado de óbito. Uma dileta leitora mandou-me este artigo para republicá-lo, dizendo ser meu e que já chegou a ser publicado, há cinco anos com meu nome. Ela disse adorar. Acho mais parecido, pelo tema e a leveza do texto, ser do psiquiatra Valton Miranda, amigo do coração. Sendo meu ou não, por sua essênica e pedagogia do tema, vou atendê-la. Se aparecer algum autor legítimo por gentileza, se manifeste enquanto recupero-me da ressaca de ontem, embora saiba “nada existir de novo debaixo do sol”.

Winston Churchill quando jovem, acabara de pronunciar o discurso de estréia na Câmara dos Comuns e perguntou a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que achara de seu desempenho naquela assembléia de cobras criadas? O velho colocou a mão no ombro do novato e disse em tom paternal: “Moço, cometeste um grande erro. Fostes muito brilhante. Isto é imperdoável como estreante. Devias ter iniciado com um pouco de sombra. Devias ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrastes , deves ter conquistado, ao máximo, uns trinta amigos. O talento assusta”. Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio poderia dar ao amigo que se iniciava numa carreira difícil. Isso, na Inglaterra. Imaginas no Brasil.

Não é demais lembrar a famosa observação de Rui Barbosa; “há tantos burros mandando em homens de inteligência que, às vezes, fico pensando ser a burrice uma ciência. “Grande parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre - com raras excessões - e tem um indisfarçável medo da inteligência. Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder. Mas, é preciso considerar que esses ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito, por onde talentosos não conseguem passar. Em todas essas áreas encontramos essas fortalezas fixas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnável aos lúcidos.

Dentre desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir-se de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas, bem casadas, boicota, automaticamente, a entrada de uma pessoa jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.

Conhecem bem as limitações, sabem quanto lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas. Enfim, à medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres repudiam para se defender. É um paradoxo angustiante.

Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho do famoso dramaturgo Nelson Rodrigues: “Finge-te de idiota e terás o céu e a terra. O problema é que os inteligentes gostam de brilhar! Então, que Deus os proteja dos medíocres”.

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2:13 PM  
Blogger cantinho fraterno blog said...

Boa noite meu grande amigo...
Depois de muito proculá-lo eis que aqui encontro.
Fico feliz em ver suas materias.
Vamos manter contato
ari.franco@santistamicros.com.br

Um grande abraço,
Ari

7:14 PM  
Anonymous Dr. Palácio banderas said...

Ah! meu amigo. Esperar que tal pessoa vá procurar o senhor. Espere sentado.

4:32 PM  

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