O PIOR DOS MEUS CARNAVAIS
Meus carnavais, na juventude distante, foram em minha saudosa Teresina, a “Cidade Verde”, como Coelho Neto chamava a terceira cidade projetada do Brasil. Lá eu nasci e cresci às margens do Parnaíba, entre “A Lenda do Cabeça de Cuia” e o soneto “A Moenda”, de Da Costa e Silva, um dos maiores poetas do Brasil. O nome de Teresina vem de Teresa Cristina, mulher do Imperador, e era conhecida como a Chapada do Corisco, tal a incidência de raios, das maiores do planeta.
Os bailes, inesquecíveis, eram no imponente Clube dos Diários, animados pela orquestra da Polícia Militar, sob a batuta de Mestre Leocádio, com quem estudei violão. Eram quatro dias seguidos, de manhã e de noite. Os foliões se aglomeravam na Praça Pedro II, com sua fonte d´água luminosa, ao redor da qual os namorados, o ano inteiro, caminhavam em círculos, rapazes pra lá, moças pra cá, flertavam-se, sorriam, na maior felicidade do mundo e acabavam de mãos dadas, o máximo permitido naqueles tempos de resguardos.
O corso, com centenas de carros, desfilava pelas ruas principais da cidade, então com 250 mil habitantes, um paraíso com muitas árvores. Atraía multidões em jogos de confetes e serpentinas, e os mais aplaudidos eram os pequenos caminhões das mulheres “de vida fácil”, com seus vestidos de tafetá, cores berrantes, lindas, atirando beijos. O desfile passava pela porta da casa de meus pais, com muitas janelas, na Rua da Glória, a rua das figueiras, deixando no ar o cheiro dos lança-perfumes (cloreto de etila) vendidos sem proibição, em metal ou vidro, quase sempre vindos da Argentina. Os mais afoitos molhavam o lenço, cheiravam adoidados e saíam pulando feito guaribas.
Só em 1956, fui conhecer o carnaval carioca (eu chegava ao Rio no exato dia da posse de Juscelino Kubitschek no Catete, 31 de janeiro). Ficava, com os amigos, na Cinelândia, no final da tarde, a ver o encanto da criatividade daquele povo irreverente, esperando a hora do desfile das grandes escolas na Presidente Vargas. Blocos independentes surgiam da Senador Dantas e cantavam músicas de grande beleza, entre elas “Confete”, a formosa marcha de David Násser e Jota Júnior, “As Pastorinhas”, de Noel Rosa e João de Barro, o Braguinha, e “Mamãe eu quero”, de Jararaca, da dupla com Ratinho (Vicente Paiva entrou de gaiato na parceria), que desde 1937 e até hoje é a marchinha mais tocada em todos os carnavais.
Um folião solitário passeava calmamente na rua, com uma cartolina no peito, onde se lia “Dr. Sá”, e segurava no braço um pedaço de cana... Mas o pior comigo foi na Cinelândia. Passou um gay, com seus trejeitos, rapaz bonito, corpo de bailarino espanhol, e eu brinquei com ele com algum mau gosto. Ele me olhou de cima a baixo, com um olhar arrasador, e esbravejou: “Te sai, acabado!” E eu, pau-de-arara, magrelo, mal-ajambrado, fiquei sem um lugar onde metesse a cara de lambedor de rapadura. Os amigos me gozaram, e eis que este foi o pior momento de todos os meus pouquíssimos carnavais.
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ERA UMA VEZ
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GLOSSÁRIO
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Depois de um profundo esforço de pesquisa, só fiz copiar e colar da Internet.
CARNAVAL.
A origem do carnaval é desconhecida. Deizem que carnaval significa festa da carne. Já outros dizem que a palavra carnaval significa Carnem levare. Luís da Câmara Cascudo, etnólogo, musicólogo e folclorista, disse "o carnaval de hoje é de desfile, carnaval assistido, paga-se para ver. O carnaval, digamos, de 1922 era compartilhado, dançado, pulado, gritado, catucado. Agora não é mais assim, é para ser visto". Festa popular, o carnaval ocorre em regiões católicas, mas sua origem é obscura. No Brasil, o primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal. No Ceará, o carnaval era uma verdadeira procissão de mascarados. , por muito tempo foram chamados de PAPANGUS, que andavam pelas ruas de camisolões. E a molecada gritava: PAPANGU...PAPANGU, CADÊ A CHAVE DO BAÚ.
Conta a história que a primeira passeata carnavalesca de Fortaleza contava com a presença dos camelos trazidos pela comissão cientifica do Dr. Capanema. Não é interessante
COELHO NETO.
Escritor brasileiro, nasceu em Caxias, Maranhão no dia 20 de fevereiro de 1864 faleceu no Rio de Janeiro no dia 28 de novembro de 1934. Veio para o Rio de Janeiro com dois anos de idade; estudou Medicina e Direito mas não concluiu nenhum dos cursos. Em 1885 relacionou-se com José do Patrocínio, que o introduziu na relação da Gazeta da Tarde; nesse jornal deu início à sua Lista Abolicionista e Republicana. Em 1891, foi publicado sua primeira obra “Repsódias”, um livro de contos. Dedicou-se a literatura com entusiasmo, publicando obras atrás de obras. Escreveu algumas peças teatrais, mais de cem livros e cerca de 650 contos. Foi também um orador de grande recursos; em 1909 catedrático da mesma matéria. Foi deputado na Legislatura da 1909 a 1911; esteve em Buenos Aires como Ministro Plenipotenciário, em Missão Especial. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Em 1928, foi consagrado como “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”. De sua extensa obra literária, destacam-se: “A Capital Federal”, “Fruto Proibido”, “O Rei Fantasma”, “Contos Pátrios”, “O Paraíso”, “Mano”, “As Estações”, “Sertão”, “Mistério do Natal”, “Fogo Fatuo” e “A Cidade Maravilhosa”. Também poeta, escreveu um soneto que se tornaria famoso: “Ser Mãe”; Coelho Neto é o exemplo de fidelidade e dedicação às letras. Nome completo é Henrique Maximiano Coelho Neto.
LENDA DO CABEÇA DE CUIA.
A lenda do Cabeça de Cuia, assim como quase todas as lendas que fantasiam e atraem a imaginação do povo brasileiro, é contada de várias formas e possui várias versões, e a cada pessoa que a estória é passada, transmite-se novos fatores que acabam por afastar da realidade a verdade sobre a lenda. O Portal Cabeça de Cuia, após grande pesquisa, traz o relato mais próximo do que teria sido a maior das lendas do Piauí:
Crispim era um jovem rapaz, originário de uma família muito pobre, que vivia na pequena Vila do Poti (hoje, Poti Velho, bairro da zona norte de Teresina). Seu pai, que era pescador, morreu muito cedo, deixando o pequeno Crispim e sua velha mãe, uma senhora doente, sem nenhuma fonte de sustento. Sendo assim, Crispim teve que começar a trabalhar ainda jovem, também como pescador.
Um dia, Crispim foi a uma de suas pescarias, mas, por azar, não conseguiu pescar absolutamente nada. De volta à sua casa, descobriu que sua mãe havia feito para o seu almoço apenas uma comida rala, acompanhado de um suporte de boi (osso da canela do boi). Como Crispim jazia de fome e raiva, devido à pescaria fracassada, enfureceu-se com a miséria daquela comida e decidiu vingar-se da mãe por estarem naquela situação. Então, em um ato rápido e violento, o jovem golpeou a cabeça da mãe, a deixando a beira da morte. Dizem, até mesmo, que de onde deveria sair o tutano do osso do boi, escorria apenas o sangue da mãe de Crispim.
Porém, a velha senhora, antes de falecer, rogou uma maldição contra seu filho, que lhe foi atendida. A maldição rezava que Crispim transformasse-se em um monstro aquático, com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria.
Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio.
Outros também afirmam que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres.
SONETO DA MOENDA.
de Da Costa e Silva.
Na remansosa paz da rústica fazenda
À luz quente do sol e à luz fria do luar,
Vive, como a expiar uma culpa tremenda,
O engenho de madeira a gemer e a chorar.
Ringe e range, rouquenha, a rígida moenda;
E, ringindo e rangendo, a cana a triturar,
Parece que tem alma, adivinha e desvenda
A ruina, a dor, o mal que vai, talvez, causar...
Movida pelos bois tardos e sonolentos,
Geme, como a exprimir, em doridos lamentos,
Que as desgraças por vir sabe-as todas de cor.
Ai! dos teus tristes ais! Ai! moenda arrependida!
- Álcool! para esquecer os tormentos da vida
E cavar, sabe Deus, um tormento maior!
DA COSTA E SILVA.
Antônio Francisco da Costa e Silva nasceu em Amarante, no Piauí, em 29 de novembro de 1885. Formou-se pela Faculdade do Direito do Recife. Foi funcionário do Ministério da Fazenda, tendo ocupado os cargos de Delegado do Tesouro no Maranhão, no Amazonas, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Viveu não só na capitais desses estados, mas também, por mais de uma vez, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Jornalista. Recolheu-se ao silêncio, demente, em 1933. Faleceu em 29 de junho de 1950.
Publicou os seguintes livros de poemas: Sangue (1908), Zodíaco (1917), Verhaeren (1917), Pandora (1919) e Verônica (1927). Organizou ele próprio uma Antologia de seus versos, cuja primeira edição é de 1934. Posteriormente saíram mais duas edições; a última em 1982. De suas Poesias Completas publicaram-se três edições: em 1950, 1975 e 1985.
CHAPADA DO CRISCO.
È uma antiga denominação popular dada à região de feição geográfica plana lindeira ao rio Parnaíba, onde foi edificada a cidade de Teresina, capital do estado do Piauí.
As chapadas são muito comuns nessa região do nordeste do Brasil e no nosso estado elas ocorrem de norte a sul, de leste a oeste, interrompidas pelos bichões de importantes rios como o Longá, Poti, Canindé, Piauí, Gurguéia, Uruçuí, etc. Acontece que no topo plano dessas chapadas cuja altitudes medias giram entorno de 500 metros no estado, e 70 metros na região de Teresina, ocorrem muitas faíscas elétricas (raios) de origem atmosféricas durante as famosas tempestades de verão entre os meses de dezembro e abril que causam espanto e até diversas mortes por acidente. Assim, essa região ficou conhecida por chapada do Corisco perpetuando-se o dizer popular de geração em geração. Por ser um fenômeno de rara beleza apesar dos riscos envolvidos, um grupo de aero entusiasta cognominar-se dessa forma homenageando a terra onde nasceram, reunindo-se em torno de objetivos comuns que são os estudos, as observações, o gosto de tirar fotos, filmar e assistir a filmes sobre as questões aeronáuticas.
CORSO.
Corso carnavalesco, ou simplesmente corso, é o nome que os passeios das sociedades carnavalescas do século XIX adquiriram no início do século XX, no Rio de Janeiro, após uma tentativa de se reproduzir do país as batalhas de flores características dos carnavais mais sofisticados da virada do século, como, por exemplo, o da cidade de Nice, no sul da França.
A brincadeira consistia no desfile de carruagens enfeitadas – e, posteriormente, de automóveis sem capota –, repletos de foliões que percorriam o eixo Avenida Central-Avenida Beira-Mar.
Ao se cruzarem, os ocupantes dos veículos (geralmente grupos fantasiados) lançavam uns nos outros, confetes, serpentinas e esguichos de lança-perfume.
Por sua própria natureza, o corso era uma brincadeira exclusiva das elites, que possuíam carros ou que podiam pagar seu aluguel nos dias de carnaval.
O corso era o mais difundido evento do carnaval carioca na primeira década do século XX, ocupando todo eixo carnavalesco durante os três dias de folia e abrindo espaço somente (e mesmo assim em horários predeterminados) para os grupos populares (chamados genericamente de ranchos) na noite de segunda-feira e para as Grandes Sociedades, na noite de terça-feira gorda. Os grandes centros urbanos brasileiros rapidamente aderiram à moda surgida na capital e passaram a apresentar corsos em suas principais artérias durante o carnaval. Uma importante divulgação do corso aconteceu durante o carnaval de 1907, quando as filhas do então presidente Afonso Pena, fizeram um passeio no automóvel presidencial, pela Avenida Beira-Mar, no Rio de Janeiro.
LANÇA PERFUMES.
O lança-perfume é um produto desodorizante com aroma aproximado do perfume L'Air Du Temps de Nina Ricci em forma de um spray. O líquido, que é a base de cloreto de etila e acondicionado sob pressão em ampolas de vidro, devido a combinação do gás e perfume, ao ser liberado, forma um fino jato com efeito congelante.
CONFETES.
As Batalhas de Confete, ou Batalhas de Flores, eram os nomes dados, no início do século XX, às promenades características do carnaval da elite carioca desde meados do século XIX.
Baseados nas "Batailles des Fleurs" do carnaval de Nice, esses eventos eram realizados na sofisticada, e recém inaugurada, Avenida Beira-Mar, no Rio de Janeiro.
A necessidade de se possuir uma carruagem, ou mais tarde um automóvel, fazia com que essa diversão fosse uma exclusividade das classes mais abastadas.
A principal característica das batalhas de flores, ou de confete, eram seu caráter inocente e familiar. A brincadeira consistia basicamente num passeio de carruagens (ou de automóveis) enfeitadas, que transportavam grupos de pessoas fantasiadas. Ao se cruzarem, os foliões lançavam uns sobre os outros, pequenos buquês de flores, confetes ou serpentinas procurando copiar os modos "civilizados" do carnaval de Nice.
SERPENTINAS.
Não se sabe ao certo a origem da serpentina. As primeiras notícias sobre o uso dessa artefato carnavalesco vêm da Paris e informam que ela começou a ser usada em Alguns relatos dizem que a idéia surgiu quando um industrial observava a brincadeira que algumas telegrafistas francesas faziam ao final do expediente, lançando umas sobre as outras as fitas de papel azulado usado nos telégrafos da época.Fita de papel estreita, comprida e colorida, enrolada em discos que se desenrolam em arremesso, utilizada principalmente nas festas carnavalescas
PALÁCIO DO CATETE.
O Palácio do Catete localiza-se no bairro de mesmo nome, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
À época do Brasil República foi sede do Poder Executivo de 1897 a 1960, quando este se transferiu para Brasília. A partir da década de 1970, suas dependências passaram a abrigar o Museu da República,
CINELÂNDIA.
A Cinelândia é o nome popular da região do entorno da Praça Floriano, no centro da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, englobando a área desde a Avenida Rio Branco até a Rua Senador Dantas, e da Evaristo da Veiga até a Praça Mahatma Gandhi, onde outrora ficava o Palácio Monroe.
SENADOR DANTAS.
Manuel Pinto de Sousa Dantas, também conhecido pelo nome de Senador Dantas, (Inhambupe, 21 de fevereiro de 1831 — Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1894) foi um advogado e político brasileiro, um dos governantes do Brasil (32º Gabinete), governou também as províncias da Bahia e Alagoas. Foi pai de Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas e avô de Luís Martins de Sousa Dantas.
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, foi deputado provincial e deputado geral pela Bahia em diversos mandatos. Em Salvador foi provedor da Misericórdia e juiz de órfãos.Foi membro do Conselho de Estado (que governava o Brasil), ocupando a vaga no Senado pela morte do conselheiro Zacarias de Góis e Vasconcelos, em 1878, em cujo Gabinete (22º) ocupou o Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas (de 1866 a 1868).
Foi ministro da Justiça entre 1880 e 1882, e interinamente Ministro do Império, no 28º Gabinete, presidido pelo Conselheiro José Antônio Saraiva.
MUSICA: MARCHINHA CONFETE
Musica de carnaval autoria de David Nasser e Jota Junior:
Cuja letra é a seguinte:
“Pedacinho colorido de saudade,
Ai, ai, ai, ai,
Ao te ver na fantasia que usei,
Confeti, confesso que chorei.
Chorei, porque lembrei,
O carnaval que passou,
Aquela Colombina,
Que comigo brincou !
Ai, ai, Confeti,
Saudade, do amor que se acabou...”
DAVID NASSER
David Nasser (Jaú, 1 de janeiro de 1917 — Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1980) foi um compositor e jornalista brasileiro.Era filho de imigrantes libaneses.
Como teve meningite quando criança, dedicou-se a ler e escrever estórias. Começou a trabalhar aos 14 anos, em 1934 como contínuo das empresas Diários Associados de Assis Chateaubriand. O conglomerado jornalístico reunia no mesmo prédio a redação dos jornais "Diário da Noite" e "O Jornal", e a revista "O Cruzeiro".
Aos poucos, tornou-se jornalista das empresas dos Diários Associados[1]. Iniciou-se profissionalmente depois do golpe do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937.
Foi contratado, em 1936, pelo jornal "O Globo" dirigido por Roberto Marinho. Saiu em 1943 insatisfeito por não poder realizar ou assinar reportagens importantes.
Foi trabalhar, em 1943, na revista "O Cruzeiro" que se tornava, então, a revista brasileira mais popular dos anos 1940 e 1950. As reportagens que fez em parceria com o fotógrafo Jean Manzon de 1943 a 1951 foram fundamentais para o sucesso de vendas da revista cuja tiragem atingiu níveis inesperados para a época[2]. David Nasser e Jean Manzon tornaram-se então a mais famosa dupla de repórter-fotógrafo do Brasil.
Ganhou notoriedade por realizar vários trabalhos conhecidos como "grande reportagem", forma de reportagem que misturava de pesquisa de campo, opinião do jornalista, pedaços de entrevistas e muitas fotografias de alta qualidade técnica. Ocorria assim uma valorização do repórter que conhecia as pessoas e os locas de onde vinha a notícia como a principal figura da redação, em detrimento dos editorialistas e articulistas. A "grande reportagem" tornou-se bastante popular no Brasil dos anos 40 quando foi usada pelos jornais para driblar a censura da ditadura de Getúlio Vargas.
Apoiou a ditadura militar no Brasil (1964-1985) e teve amigos influentes nos seus diversos governos.
Deixou a revista "O Cruzeiro" em 1975, quando esta já estava em decadência. Dizia que sofria pressões para seguir pautas dadas pela direção da revista. Seu pedido de demissão foi noticia de repercussão nacional. Escreveu uma carta aberta intitulada "Por que deixei o velho barco" na qual atacava João Calmon, o diretor dos Diários Associados.
Em fevereiro de 1976 foi trabalhar na revista Manchete, que tinha o mesmo estilo da "O Cruzeiro", seguindo um convite de Arnaldo Niskier. Lá continuou a escrever artigos atacando João Calmon, seu antigo chefe. Recorria aos amigos influentes no governo da Ditadura Militar pedindo para acelerar os processos judiciários civis que abriu contra seus antigos empregadores.
Morreu doente de diabetes e câncer no pâncreas.
JOTA JUNIOR.
Candeias Jota Jr. (Joaquim Antonio Candeias Júnior)
N. 1/11/1923 Belém, PA M. 19/01/2009 Rio de Janeiro, RJ
Compositor. Violonista. Ainda menino, costumava fazer pequenas canções, com quadrinhas que falavam do seu dia-a-dia. Aos 12 anos, compôs o primeiro samba, "Agora é tarde". Nunca estudou música formalmente, aprendendo a tocar violão sozinho. Seguiu carreira militar, formou-se na Academia Militar (...) Formou, juntamente com outro militar, Luís Antônio, uma eficiente dupla de compositores da Música Popular Brasileira. É, também, autor de grandes clássicos de nossa MPB, como os antológicos sambas "Lata d'água"e "Sapato de pobre". No final da década de 1940 freqüentava a Rádio Mayrink Veiga e o (...)
MUSICA: AS PASTORINHAS
Musica de João de Barro e Noel Rosa
“A estrela Dalva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor...
E as pastorinhas
Pra consolo da lua,
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor.
Linda pastora,
Morena da cor de Madalena...
Tu não tens pena de mim,
Que vivo tonto com teu olhar.
Linda criança,
Tu não me sais da lembrança...
Meu coração não se cansa
De sempre e sempre te amar.”
NOEL ROSA.
Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Foi responsável pela união do samba do morro com o do asfalto. Fato este que mudaria para sempre, não só o samba, mas a história da música popular brasileira. Noel nasceu. Filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música - e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais. Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, "Minha Viola" e "Toada do Céu", ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de "Com que roupa?", um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma seqüência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica.
JOÃO DE BARRO.
Carlos Alberto Ferreira Braga, conhecido como Braguinha e também por João de Barro, (Rio de Janeiro, 29 de março de 1907 – 24 de dezembro de 2006) foi um compositor brasileiro, famoso pelas suas marchas de carnaval.
Braguinha estudava Arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes e resolveu adotar o pseudônimo de João de Barro, justamente um pássaro arquiteto, porque o pai não gostava de ver o nome da família circulando no ambiente da música popular, mal visto na época. Pseudônimo este que adotou quando integrou o Bando dos Tangarás, ao lado de Noel Rosa, Alvinho e Almirante.
Em 1931 resolve deixar a Arquitetura e dedicar-se à composição. No carnaval de 1933, consegue os primeiros grandes sucessos com as marchas 'Moreninha da Praia' e 'Trem Blindado', pouco antes do fim do Bando de Tangarás, ambas interpretadas por Henrique Foréis Domingues, mais conhecido como Almirante, que se casou no ano seguinte com sua irmã Ilka.
Suas composições são conhecidas e cantadas por todos os brasileiros: Pirata da Perna de Pau, Chiquita Bacana, Touradas de Madri, A Saudade mata a Gente, Balancê, As Pastorinhas, Turma do Funil e muitas outras.
Sua musicografia completa, inclusive com versões e músicas infantis, passa dos 420 títulos, uma das maiores e de mais sucessos de nossa música popular.
Em 1937, fez letra para uma das composições mais gravadas da música popular brasileira, o samba-choro Carinhoso, feito por Pixinguinha vinte anos antes.
Lançado por Orlando Silva, Carinhoso recebeu mais de cem gravações a partir de então, tais como Dalva de Oliveira, Isaura Garcia, Ângela Maria, Gilberto Alves, Elis Regina, João Bosco e outros.
Na década de 1940, passou a fazer dublagens para produções cinematográficas realizadas por Walt Disney.
Os parceiros mais constantes foram: Alberto Ribeiro, médico homeopata e grande amigo, Alcyr Pires Vermelho, Antônio Almeida e Jota Júnior.
Faleceu aos 99 anos em 24 de dezembro de 2006, vítima de falência múltipla dos órgãos provocada por infecção generalizada.
MUSICA: MAMAE EU QUERO
Composição: Marcha De Jararaca E V. Paiva
"Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar!
Dá a chupeta, ai, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar!
Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira e vem entra no meu cordão
Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana
Eu olho as pequenas, mas daquele jeito
E tenho muita pena não ser criança de peito
Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é um boçal
JARARACA.
Jararaca e Ratinho foi uma dupla musical formada por José Luis Rodrigues Calazans (o Jararaca, Maceió, 29 de setembro de 1896 — Rio de Janeiro, RJ, 11 de outubro de 1977) e Severino Rangel de Carvalho (o Ratinho, Itabaiana, 13 de abril de 1896 — Duque de Caxias, 8 de setembro de 1972).
Além de cantores e compositores, eram também humoristas.
Nos anos 70 e 60, a dupla participou de alguns programas de televisão, como Balança mas Não Cai. Depois da morte de Ratinho, Jararaca trabalhou no programa Chico City, na Rede Globo, no papel do cangaceiro Sucuri. Dupla brasileira de músicos humoristas, autores de gags humorísticas com que presentearam milhares de fãs que riram de suas pantomimas ao longo dos 54 anos da dupla, imbatíveis seja na TV, rádio ou num auditório de teatro. Começaram na música integrando o grupo carnavalesco de Recife chamado Os Boêmios (1918), excursionando pelas cidades circunvizinhas com seus instrumentos de corda e sopro tocando polcas, emboladas, frevos e outros ritmos. Ambos chegaram de Recife para o Rio de Janeiro (1922), com o conjunto musical Os Turunas Pernambucanos. A dupla nasceu da dissolução do grupo (1925) e passou a fazer grande sucesso com seus números musicais entremeados de quadros humorísticos. A dupla começou a compor (1927) e estrearam no Teatro Santa Helena, em São Paulo. Era o início de uma vitoriosa carreira fazendo o caipira do centro-sul e o sertanejo nordestino e gravaram o primeiro disco (1929). Na década de 30, divertiam com suas sátiras políticas as platéias das rádios Mayrink Veiga e Nacional, ocasionalmente censuradas pela polícia de Getúlio Vargas. Apresentavam-se no Cassino da Urca e em teatros e circos por todo o Brasil fazendo shows e divulgando suas gravações. Atingiram o auge no rádio em um período em que tiveram seu próprio programa na Rádio Mayrink Veiga (1939) e na Rádio Nacional (1940-1964), alcançando índices de 70% de audiência. Estrearam na televisão no programa A-E-I-O-Urca, da TV Tupi (1951). A dupla entrou em decadência perdendo público quando Ratinho foi demitido (1964) por motivos políticos, pois era amigo do comunista Luís Carlos Prestes, e terminou quase esquecida com a morte de Ratinho (1972), pobre e morando em uma humilde casa na cidade de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, ao lado da casa de seu parceiro. Este parceiro continuou se apresentando sozinho em programas de televisão e rádio, até sua morte cinco anos depois. Internado para fazer uma operação no olho direito, o parceiro sobrevivente teve complicações cardiovasculares e faleceu. Seus principais sucessos foram Saxofone, por que choras? (1930), choro de Ratinho, Meu pirão primeiro (1932), batucada da dupla, e Mamãe eu quero (1937), marcha carnavalesca de autoria de Jararaca. Mamãe eu quero caiu na graça dos ianques a partir da versão da portuguesa naturalizada brasileira, famosa no cinema de Hollywood, Carmem Miranda, e ganhou mais de vinte uma versões em inglês, especialmente a difundida internacionalmente na voz de Bing Crosby. Com suas anedotas, causos e adivinhações calcadas no espírito troçador que tinham os verdadeiros artistas, deixaram mais de 800 discos de 78 rpm e dois LPs onde alternavam números musicais com vasto anedotário.
JARARACA E RATINHO
Dupla brasileira de músicos humoristas, autores de gags humorísticas com que presentearam milhares de fãs que riram de suas pantomimas ao longo dos 54 anos da dupla, imbatíveis seja na TV, rádio ou num auditório de teatro. Começaram na música integrando o grupo carnavalesco de Recife chamado Os Boêmios (1918), excursionando pelas cidades circunvizinhas com seus instrumentos de corda e sopro tocando polcas, emboladas, frevos e outros ritmos. Ambos chegaram de Recife para o Rio de Janeiro (1922), com o conjunto musical Os Turunas Pernambucanos. A dupla nasceu da dissolução do grupo (1925) e passou a fazer grande sucesso com seus números musicais entremeados de quadros humorísticos. A dupla começou a compor (1927) e estrearam no Teatro Santa Helena, em São Paulo. Era o início de uma vitoriosa carreira fazendo o caipira do centro-sul e o sertanejo nordestino e gravaram o primeiro disco (1929). Apresentavam-se no Cassino da Urca e em teatros e circos por todo o Brasil fazendo shows e divulgando suas gravações. Atingiram o auge no rádio em um período em que tiveram seu próprio programa na Rádio Mayrink Veiga (1939) e na Rádio Nacional (1940-1964), alcançando índices de 70% de audiência. Estrearam na televisão no programa A-E-I-O-Urca, da TV Tupi (1951). A dupla entrou em decadência perdendo público quando Ratinho foi demitido (1964) por motivos políticos, pois era amigo do comunista Luís Carlos Prestes, e terminou quase esquecida com a morte de Ratinho (1972), pobre e morando em uma humilde casa na cidade de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, ao lado da casa de seu parceiro. Este parceiro continuou se apresentando sozinho em programas de televisão e rádio, até sua morte cinco anos depois. Internado para fazer uma operação no olho direito, o parceiro sobrevivente teve complicações cardiovasculares e faleceu. Seus principais sucessos foram Saxofone, por que choras? (1930), choro de Ratinho, Meu pirão primeiro (1932), batucada da dupla, e Mamãe eu quero (1937), marcha carnavalesca de autoria de Jararaca. Mamãe eu quero caiu na graça dos ianques a partir da versão da portuguesa naturalizada brasileira, famosa no cinema de Hollywood, Carmem Miranda, e ganhou mais de vinte uma versões em inglês, especialmente a difundida internacionalmente na voz de Bing Crosby. Com suas anedotas, causos e adivinhações calcadas no espírito troçador que tinham os verdadeiros artistas, deixaram mais de 800 discos de 78 rpm e dois LPs onde alternavam números musicais com vasto anedotário.
VICENTE PAIVA.
Vicente Paiva Ribeiro (São Paulo, 18 de abril de 1908 — Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 1964), ou simplesmente Vicente Paiva, foi um pianista, cantor, compositor, arranjador e maestro brasileiro. É de sua autoria aquela que é talvez a mais famosa marchinha dos carnavais brasileiros: "Mamãe Eu Quero".ra pai da vedete Dayse Paiva.
Vicente Paiva (Vicente Paiva Ribeiro)
MARCHINHA.
A marcha de carnaval, também conhecida como "marchinha", é um gênero de música popular que esteve no carnaval dos brasileiros dos anos 20 aos anos 60 do século XX, altura em que começou a ser substituída pelo samba enredo.
Na origem foi, no entanto, um estilo musical importado para o Brasil. Descende directamente das marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, melodias simples e vivas, e letras picantes cheias de duplos sentidos. Marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917.
A verdadeira marchinha de carnaval brasileira começou a surgir no Rio de Janeiro com as composições de Eduardo Souto, Freire Júnior e Sinhô, e atingiu o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas, Jorge Veiga e Black-Out, que interpretavam, ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo. O último grande compositor de marchinha foi João Roberto Kelly.
Hélio, boa tarde! O sr mantém em seu acervo alguma foto relativo ao município de São Gonçalo? Gostaria de publicar em minha fanpage, pois sou seu fã. Grande abraço
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