VOLTO A CARLOS LACERDA
Um leitor, inteligente e versátil, me faz voltar a Carlos Lacerda (1914-1977), sempre essa figura incomum. Vamos lá. Quem
Em ambos ocorre a mesma torrente de eloqüência. Sente-se que o jornalista, quando sentava à máquina para escrever o seu artigo, derramava-se por toda a página do jornal, assim como o orador, quando subia à tribuna, esquecia-se do tempo, levado pelo fluxo da palavra irreprimível.
Em um dos discursos, encontramos este trecho veemente em que define o homem livre: “É o homem participante, o homem com suas paixões, suas cicatrizes, suas longas agonias, seus minutos disputados à eternidade. Aquele que se poupa, e o que se exclui, é marginal, não é livre. Livre é o que decide, o que opta, o homem que se engaja, o que se decide e não se recusa a manifestar a sua decisão.”
Quem bem conhece Lacerda, vê logo que, nestas palavras, ele faz o seu auto-retrato. Era ele o homem livre de sua definição. Participante. Engajado. Pronto a uma decisão. Não nasceu para pescador à linha, sentado à beira do rio, com seu caniço paciente. Era o pescador do mar aberto, que lançava às águas revoltas a sua rede. Lacerda só era subornável pelo jantar que ele mesmo pagava. Era assim, na inteireza bravia do seu temperamento. Capaz de grandes iras e de grandes gestos. Não nasceu para o meio-termo, para a contemporização.
No Brasil de hoje, dá para encontrar algum político ao menos um pouco parecido?
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Na história política brasileira não houve figura mais controvertida do que Carlos Lacerda, "O demolidor de Presidentes". Inquieto, sarcástico, inquisidor, contraditório,carismático, inconstante, rebelde. Passou de comunista a defensor de ideologias direitistas e conservadoras. Orador fluente, Getúlio sofreu com as farpas de seu discurso ferino. Assim era Carlos Lacerda, possuidor de uma personalidade caleidoscópica. Era antes de tudo um líder, dotado que sempre foi de uma autoridade natural. Gostava da polêmica e fazia prevalecer suas idéias além de atrair a simpatia de todos. Na vida privada, Carlos Lacerda era um homem dócil, grande amigo, brincalhão. Gostava de literatura e tantas vezes, seus amigos mais íntimos ficaram surpresos ao vê-lo fazendo poemas, versos, contos, que jamais foram divulgados ou publicados, e devem ter se perdido na poeira do esquecimento. Além de gostar de literatura, Carlos Lacerda era um grande escultor. Produzia peças de rara beleza. Nas horas de folga, saia a caminhar pelas ruas do Rio de Janeiro, do bairro onde morava, onde parava sempre na mesma lanchonete para saborear um grande pires de DOCE DE COCO,que era do doce de sua preferência, e, depois, uma garrafa de água mineral com gás. Acontecimento este do qual eu, Torquato Prisco, fui testemunha. Dizem, no entanto, que ele parava na dita lanchonete para ficar flertando com a bonita proprietária. "Não sei...é o que diziam as más línguas" Não duvido, pois Carlos Lacerda era considerado um "DON JUAN", tanto assim, que quando ele faleceu, um grande contingente de mulheres chorosas compareceu ao seu enterro, e foram apelidadas de "As viúvas de Lacerda"
ENGANO:
O ALEMÃO ESTÁ ME PERSEGUINDO. Enganei-me no seguinte trecho: "Gostava de literatura e tantas vezes, seus amigos mais íntimos ficaram surpresos ao vê-lo fazendo poemas, versos, contos, que jamais foram divulgados ou publicados"
Depois adentraremos na fertilíssima atividade literária, dentre as quais, crônicas, contos, etc. que foram publicados por Carlos Lacerda.
Peço desculpas pelo engano acima
Carlos Frederico Werneck de Lacerda, ou somente Carlos Lacerda, nasceu na cidade de Vassouras, Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1914. Filho do político famoso, escritor e tribuno de excepcionais qualidades, Maurício Paiva de Lacerda e de Eloá Caminhoá Werneck.
No ano em que nasceu CARLOS LACERDA,1914 , era o final do Governo do Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (São Gabriel, 12/05/1855 — Petrópolis, 9/9/1923), cujo mandato presidencial foi de 15/11/ 1910 a 15/11/1914. CARLOS LACERDA, nascera em ABRIL/1914.
Hermes da Fonseca assumiu a presidência da república brasileira quando ela completava sua maioridade, 21 anos.Era sobrinho de Deodoro da Fonseca. O Brasil enfrentava as dificuldades iniciais da implantação da República. Hermes da Fonseca foi o primeiro militar a assumir o governo brasileiro através de votação pelos eleitores. Um marco da administração do velho Hermes da Fonseca, foi a extinção da fomosa política Café-com-Leite e Hermes inicou a fase denominada “aliança do Rio Grande do Sul com os militares". O Brasil passava por certas convulsões. Logo no ínício do governo Hermes da Fonseca, aconteceu um famoso levante na Armada brasileira denominado de "Revolta da Chibata", que foi um levante que se opunha aos castigos físicos que existiam na Marinha do Brasil. O marinheiro que era declarado “insubordinado” seus oficiais superiores determinavam uma sova, através de chibatadas, nos coitados Marinheiros.Era uma humilhação.
Na febril agitação do Governo Hermes da Fonseca, desencadeou-se um movimento messiânico, no sul do Estado de Santa Catarina e Paraná, liderado pelo beato José Maria que, saudoso pela partida da monarquia, pretendia criar a MONARQUIA CELESTIAL, para que o povo vivesse livre de impostos e da propriedade privada.
No governo de Hermes da Fonseca aconteceu uma grande modificação política em substituição da velha estrutura denominada "Café-com-Leite", denominada a "Política das Salvações", agitando as oligarquias estaduais daquela época, pois elas foram paulatinamente substituídas, occorrendo conflitos em todo o Brasil. Na verdade, a política das Salvações foi um trunfo de Hermes da Fonseca contra a campanha civilista.
Pois bem foi nessa época agitada que nasceu o nosso ilustre CARLOS LACERDA. Nasceu numa época cujas características identificavam com a personalidade de CARLOS LACERDA: Messiânico, agitador, convulsivo, intempestivo.
CURIOSIDADE:
A cidade em que nasceu Carlos Lacerda, VASSOURAS, o topônimo não significa a nossa antiga vassoura de varrer a casa, de palha da carnaúba.O nome da Cidade de Vassouras foi dado em razão de lá haver, em abundância na região, uma vegetação que também se presta a confecção de vassouras. Esta vegetação pertence à família das escrofularíneas e são popularmente conhecido o “tupeiçaba”, “guaxima” ou "vassourinha de varrer". A cidade de Vassouras já teve grande importância econômica pois, em 1850,era considerada a "MAIOR CIDADE PRODUTORA DE CAFÉ DO MUNDO"
Na infância, o inquieto menino Carlos Lacerda, aos 12 anos, recebeu de presente de seu avô, o livro "Manifesto Comunista". Recebeu de presenter, mas achou uma leitura muito chata, mas assim mesmo ele o leu com interesse.
Vale lembrar que Carlos Lacerda foi criado por seu avô, que era homem muito culto, muito interessado pelos problemas políticos brasileiros. Assim Carlos Lacerda teve uma infância cercada de livros. Alguns interessante livros, outros nem tanto, mas Lacerda lia tudo que aprecesse na sua frente.
No colégio, fez cursou o ginasial em um dos melhores colégios da época, que foi o Colégio Franco-Brasileiro – que era conhecido pelo nome LICÉE FRANÇAIS. Sempre foi um aluno inquieto, precoce e cheio de inteligência. Era elogiado pelos professores, mas esse elogio depois de ser feito pelo seus mestres, em vez de empolgá-lo, fez com que o mesmo se rebelasse e fosse reprovado em algumas matérias, dentre as quais matemática.
A reprovação naquela época significava, com certeza punição pelos pais, castigo. Então sua mãe Olga Caminhoá Werneck, aceitou a sugestão de um primo de Lacerda, que era professor, à matriculá-lo em un internato. Temos a dizer que a sugestão do Primo de Lacerda foi muito bem aceita pela sua mãe. Lacerda, no entanto, ficou irritado com essa decisão.
Sendo matriculado no internato, Lacerda sentiu-se como um preso, devido a maneira opressiva que os internandos eram tratados. Para Carlos Lacerda, o internato era um verdadeiro campo de concentração. Quando teve que experimentar a primeira noite de sono, no sombrio e terrificante quarto do internato, Lacerda foi atormentado diante da frieza do recinto, pois não havia o aconchego e o calor humano de seus familiares. Sentiu-se aprisionado. Sua mente era voltado para a liberdade, para a fuga daquele recinto que ele destestava. Mas, finalmente Lacerda teve que aceitava os desígnio que a vida lhe impôs.
Enfim, com muita dificuldade Carlos Lacerda concluiu o curso científico num colégio de baixa qualidade, no centro do Rio de Janeiro, apenas para obter o diploma. Lacerda detestava química, física, matemática e história. Em 1929,ingressa no curso de Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na Universidade, participou da efervecência dos movimentos estudantis da época, nas gostosas reuniões no Café Lamas, e no convívio com os amigos universitários. Nesse tempo, conheceu aquele que viria ser seu grande amigo de universidade, o Leônidas Rezende, que era metido a marxista, mas na verdade, o pensamento de Leônidas Rezende era uma salada de ideologias, pois ele as misturava, umas com as outras, inclusive com o positivismo. "Vejam só, positivismo e marxismo juntos só pode dar mesmo "samba de crioulo doido". Mas, o fácil e encantador linguajar de Leônidas Rezende empolgava Carlos Lacerda.
Dentro da Universidade, pertenceu ao movimento de reforma. Movimento este que nada tinha de vanguardista, era mais conservador, por esse motivo, Carlos Lacerda resolveu se afastar, porque Lacerda chamava de fascista o Movimento de Reforma, cujo seus dois importantes membros eram Santiago Dantas e Otávio de faria.
Nessa época, o grande Mário Lago havia fundado a Associação dos
Estudantes Ateus. Que fato mais curioso essa Associação, criada por Mário Lago. Certamente, esse movimento reflete um caráter social da época em que o ateísmo, em vez de ser "opção" era, na verdade, uma posição ideológica.
CURIOSIDADE:
Em comentário anterior dissemos:" (...)Na Universidade, participou da efervecência dos movimentos estudantis da época, nas gostosas reuniões no CAFÉ LAMAS"(...)
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O Café "Restaurante" Lamas é um dos mais tradicionais estabelecimentos do gênero em todo o Brasil, um símbolo e uma instituição da vida carioca há mais de um século.
OO Café "Restaurante Lamas", tem 131 anos de tradição. Reduto da boemia carioca, um ponto de encontro de políticos, jornalistas, intelectuais, artistas, etc.No Lamas se saboreava um gostoso filé com fritas, chope, muita conversa fiada, bêbados chatos, sinuca.
Era freqüentado por Getúlio Vargas, Paulo Grancindo, Dercy Gonçalves, Juscelino Kubitschek e Torquato Prisco.
O Lamas era tão famoso que Rachel Welch e Catherine Deneuve já baixou por lá.
CURIOSIDADE:
Citamos:"Carlos Lacerda resolveu se afastar, porque Lacerda chamava de fascista o Movimento de Reforma, cujo seus dois importantes membros eram SANTIAGO DANTAS e OTÁVIO DE FARIA.
Nessa época, o grande Mário Lago havia fundado a Associação dos
Estudantes Ateus."
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- Francisco Clementino de San Tiago Dantas (SANTIAGO DANTAS) (Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1911 — Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1964) foi um jornalista, advogado, professor e político brasileiro.
Foi deputado federal, ministro das Relações Exteriores, ministro da Fazenda e um dos criadores.
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- OTÁVIO DE FARIA (OCTÁVIO DE FARIA), crítico, ensaísta, romancista e tradutor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15 de outubro de 1908, e faleceu na mesma cidade em 17 de outubro de 1980.
Quinto ocupante da Cadeira 27, eleito em 13 de janeiro de 1972, na sucessão de Levi Carneiro.
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- MÁRIO LAGO(Rio de Janeiro, 2611/1911 — Rio de Janeiro, 30/05/2002) foi um advogado, poeta, radialista, letrista e ator brasileiro. Autor da música Ai que saudade da amélia.
Em 1929, ingressa no curso de Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No ano de 1931, iniciou sua carreira profissional escrevendo artigos para o jornal “DIÁRIO DE NOTÍCIAS”. Carlos Lacerda escrevia alguns artigos e era encarregado de coletar material para uma coluna dirigida pela escritora Cecília Meireles. Mas, o inquieto Carlos Lacerda não demoraria muito tempo alisando os bancos da Universidade. Em 1932 ele abandona o curso de direito. Foi nesse período em que passou na Universidade Federal do Rio de Janeiro que a sua verve começou a despontar, quando participava ativamente no movimento estudantil de esquerda, no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira. Na universidade, segue os preceitos da tendência comunista, exemplando-se em seu pai e em seu tio Paulo Lacerda, que eram ativos militantes do Partido Comunista Brasileiro. Mas o desassossegado Carlos Lacerda não demoraria muito no PCB e rompeu com o Partido no ano de 1939, por considerar que a doutrina do partido levaria o Pais a uma ditadura cruel.
SOBRE A DOUTRINA COMUNISTA, ASSIM SE EXPRESSOU CARLOS LACERDA:
"levaria a uma ditadura, pior do que as outras, porque muito mais organizada, e, portanto, muito mais difícil de derrubar".
CURIOSIDADES:
- Alguns biógrafos de Carlos Lacerda dizem que o mesmo não nasceu na Cidade de VASSOURAS-RJ, e que apenas lá foi embora registrado. Relatam que ele nasceu no Rio de Janeiro, que na época era Distrito Federal.
- A justificativa de Carlos Lacerda para abandonar o curso de Direito está em seu livro “DEPOIMENTO”, no qual ele se justifica assim: "A advocacia era uma profissão muito estranha, porque os casos que me interessavam não davam dinheiro, e os casos que davam dinheiro não me interessavam".
OBS: Com essa afirmação, a gente pode notar, que Carlos Lacerda procurava meios para sua sobrevivência, ou então que gostava do vil metal, mais do que sua realização profissional. Na verdade, Lacerda não se adaptou as extremas exigências disciplinares do Curso de Direito, dfaí o seu desânimo.
Mas, Carlos Lacerda afirmara categoricamente que nunca pertencera ao PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO. Concorda, no entanto que ele era simpatizante e foi admitido na facção JUVENTUDE COMUNISTA, mas no momento em que foi admitido na Juventude Comunista, o seu dirigente, o Sr. DIMITROV, resolveu dissolver a facção no momento em que Carlos Lacerda entrou na agremiação comunista. Carlos Lacerda se justifica dizendo que isto "nunca mais impediu de sempre se dizer que fui membro do Partido Comunista". E reforça dizendo que "pertencer a um partido comunista na época era muito natural", dizendo “Tecnicamente, eu não fui do partido, colaborei com eles como um simples simpatizante. Pertencer ao partido era um galardão, uma honra que eu não cheguei a merecer.”
Ora, é preciso entender as palavras de Carlos Lacerda no momento histórico (ano 1974) em que o mesmo fez essa declaração. No Brasil, a ditadura Militar brasileira estava num período de grande repressão, afetando o conjunto de forças democráticas. A partir do Ato Institucional Número Cinco, de 13 de dezembro de 1968. foram de intensificação da repressão. Entre 1973 e 1975, um terço do Comitê Central foi assassinado e centenas de militantes submetidos à tortura, alguns até a morte, dentre os quais destacam-se o jornalista Vladimir Herzog, o operário Manuel Fiel Filho e José Montenegro.
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Dessa maneira, devido ao momento de grande repressão da Ditadura Militar brasileira, o destemido Carlos Lacerda, sessentão, já não era o mesmo destemido e linguarudo da época de Getúlio Vargas. O peso da idade o fez mais comedido.
QUEM ERAM:
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- Gueórgui Mikhailov DIMITROV (em búlgaro, (18/06/1882 – 02/07/1949) foi um estadista búlgaro, secretário-geral da Internacional Comunista entre 1934 e 1943 e dirigente da Bulgária entre 1948 e 1949. DIMITROV foi um dos líderes da insurreição revolucionária de 1923 na Bulgária.
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- Vladimir Herzog ou Vlado Herzog (Osijek, 27/06/ 1937 — São Paulo, 25/10/1975) jornalista e professor nascido na Croácia. Vlado formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1959, trabalhou em importantes órgãos de imprensa no Brasil (como por exemplo, O Estado de S. Paulo, onde resolveu passar a assinar. Na década de 1970 assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura, de São Paulo. Também foi professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Ligado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi chamado à sede do Comando do II Exército, em São Paulo, para depoimento e encontrado morto na cela que ocupava no dia 25 de outubro de 1975.
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- Manuel Fiel Filho (Quebrangulo, 07/01/1927 — São Paulo, 17/01/1976) metalúrgico brasileiro morto por tortura durante a ditadura militar. Foi preso em 16 de janeiro de 1976 ao meio-dia fábrica onde trabalhava, a Metal Arte, por dois agentes do DOI-CODI/SP, que se diziam funcionários da Prefeitura, sob a acusação de pertencer ao Partido Comunista Brasileiro. No dia seguinte os órgãos de segurança emitiram nota oficial afirmando que Manuel havia se enforcado em sua cela com as próprias meias, naquele mesmo dia 17, por volta das 13 horas.
A entrega de corpo a família só foi realizada com a condição de que os parentes o sepultassem o mais rapidamente possível e que não se falasse nada sobre sua morte. No domingo, dia 18, às 8 horas da manhã, ele foi sepultado por seus familiares no Cemitério da IV Parada, em São Paulo
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José Montenegro: Dirigente comunista brasileiro
COMENTÁRIO SOBRE OS TEXTOS:
Os acontecimentos aqui narrados, sobre a vida de Carlos Lacerda, são frutos de pesquisas nas mais variadas fontes históricas: livros,jornais, revistas, enciclopédias, história oral de depoimentos, museus, etc. Tem um caráter apenas cultural, de um informativo informal, contendo alguns erros ortográficos e, quiçá, enganos com relação à datas. Meu intuíto é, como sempre foi, dar a conhecer aos mais variados leitores, a história dos grandes nomes que fizeram a história política, social e cultural do nosso país. Qualquer sugestão para o enriquecimento temático é bem vindo. Obrigado.
E quando a Aliança Nacional Libertadora (ANL) foI criada em março de 1935, no Teatro João Caetano, lá estava o inquieto estudante CARLOS LACERDA, em inflamado discurso, sugerindo o nome de LUÍS CARLOS PRESTES, que se encontrava no exterior, para ser o presidente de honra da ANL. Carlos Lacerda já havia anteriormente arquitetado toda a manifestação de apoio a Prestes. E quando Lacerda, no palco do teatro, sugeriu o nome de Prestes, foi uma estrondosa ovação, o teatro João Caetano só faltou vir abaixo. E nenhum momento da estória do teatro se viu manifestação tão acalorada.
SOBRE A ANL:
A Aliança Nacional Libertadora se apresentava como uma frente popular ampla, de nacionalismo, combate ao imperialismo e combate ao latifúndio. Seus fundadores não tinham nenhuma ligação com o Partido Comunista, mas, observamos que foram os comunistas os maiores incentivadores dessa agremiação. Nos quadros da ANL possuía de tudo, desde oficiais comunistas das forças armadas, até empresários, jornalistas, operários, comerciários, conservadores, marxistas e, ainda os famosos“TENENTES de 1922/1924.Enfim,a ANL era uma SALADA DE CORRENTES IDEOLÓGICAS.Rapidamente, salientamos o que seus estatutos defendiam: “Nacionalização das empresas estrangeiras, liberdades públicas, distribuição das propriedades privadas, governo popular, suspensão e anulação do pagamento da dívida externa.”
A Aliança Nacional Libertadora era uma agremiação bem ao gosto povo brasileiro, pois abraçava todo o tipo de classe social. A partir da criação da ANL as campanhas eleitorais começaram a ser “CARNAVALIZADAS”. Dela, vieram os comícios,os gingles, e as manifestações de protestos aos direito individuais e públicos. O surgimento da ANL obedecia a uma tendência mundial de criação em diversos países de frentes populares, compostas de diferentes correntes políticas para deter o avanço nazi-fascismo.
TENTANDO RESUMIR
- dia 11 de julho 1935, o presidente Vargas decretou o fechamento da ANL,
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- Ainda em 1935, divulgação de um levante armado pelos comunistas em um dos editoriais do semanário A Marcha - o jornal fundado por Francisco Mangabeira em outubro, teria Lacerda como redator.
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- O movimento eclodiu em 23 de novembro, em Natal, no dia 24, em Recife, e no dia 27, no Rio -, mas foi rapidamente debelado
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- Lacerda refugiou-se na casa de um ex-colega de faculdade, Adalberto João Pinheiro, e de lá seguiu para uma fazenda em Vassouras.
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- Em fevereiro de 1937, iniciada a campanha para as eleições presidenciais que seriam realizadas em 1938, o Partido Constitucionalista de São Paulo lançou a candidatura de Armando Sales,
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- Em 25 de maio 1937 foi lançado o nome de José Américo de Almeida
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- Carlos Lacerda apóia José Américo.
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- dia 1º. de outubro 1937, quando o governo decretou o estado de guerra, reiniciando a onda de prisões. Lacerda refugiou-se na ilha de Itaparica, mas foi descoberto e preso, transferido para o Rio de Janeiro.
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- Em 10 de novembro de 1937, fechamento do Congresso Nacional e a abolição de todos os partidos políticos no país, instaurando o Estado Novo.
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- Na ocasião Lacerda estava preso na Polícia Central, poucos dias depois foi posto em liberdade
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- A partir de 1938 dedicou-se às atividades jornalísticas, escrevendo artigos para a revista mensal Observador Econômico e Financeiro, revista Diretrizes - lançada nesse ano por Samuel Wainer. Colaborou na revista Seiva, também surgida em 1938, na Bahia, sob o pseudônimo de Marcos Pimenta. Foi secretário de redação de O Jornal - órgão líder da cadeia dos Diários Associados, de propriedade de Francisco de Assis Chateaubriand, onde permaneceria até 1944.
Mas, doravante, não farei mais recapitulações sobre a vida de Carlos Lacerda visto que elas estão em livros, embora eu tenha mais dados sobre a vida dele do que qualquer um outro historiador. Porém, não deixarei de comentar aqui o caso da rua TONELEROS, que é precisa ser investigado em todas as suas nuances, pois tem muita coisa escondida nos escombros da história.
Rua Tonelero, uma rua bo Bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. ela começa na Praça Cardeal Arcoverde e termina na entrada do Túnel Major Rubens Vaz. Na madrugada do dia 05/08/1954, um atentado que marcou o ínício da derrocada do presidente Getúlio Vargas, que culminaria mais tarde no seu suicídio, 19 dias depois.Foi um atentado contra a vida do Jornalista Carlos Lacerda, opositor de Getúlio Vargas, nas páginas de seu jornal "Tribuna da Imprensa". Nesse atentado, morre o Major Rubens Vaz.
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