POLÍTICOS, TATUS E A VACA LOUCA
É verdade. Não há mais o que se ver nos sertões do Nordeste, a não ser o trágico crescimento da miséria e a destruição da flora e da fauna. Era lindo o tempo dos sabiás, pintassilgos, beija-flores, canários, papagaios, xexéus, o corrupião, o bem-te-vi, a asa-branca, a rolinha, tantos e tantos, milhares, alegres, coloridos. O assunto é profundo e triste, o espaço é pequeno, mínimo.
Vamos só a uns dois exemplos. Em recente viagem a sul do Piauí, vi um tatu atravessando a estrada, à noite, bem à frente dos faróis do carro. Paramos e o deixamos seguir
É a perda de importante elo cultural, símbolo do que temos de mais forte, o fraco Jeca Tatu, consagrado pelo Monteiro Lobato, expressão da pobreza miserável, agora chamada pelos economistas de absoluta. Eu ainda vi, em feiras aqui do Nordeste, tatu orelhado, o tatu vivo, caçado para ser vendido, as orelhas furadas e cruzadas na testa, não lhe permitindo visão. Uma crueldade que virava prato de domingo, com leite de coco, partilhado com visitas. Era o tatu-verdadeiro, ou o tatu-bola, ou o tatu-galinha, já que o peba tinha cheiro ruim, comia defunto.
Vejam outro exemplo, o urubu. Cadê nossos urubus? Acabaram com ele. Seu sistema digestivo foi feito para comer bicho podre e não para respirar ar podre, pois não possui uma coisa que todo bicho tem: septo. Hoje, exportado para a Europa, morreria, pois o ar, ali, poluído, mata até urubu.
Volto ao tatu, já que, como tudo o mais, está em extinção, acho que totalmente. Ele só anda de noite, refugia-se
Agora, acabou a farra. O homem continua matando só o homem, pois não há mais outros bichos a matar, muito menos o tatu. Os políticos que se arranjem com a vaca louca.
1 Comments:
É vero, a trágica exterminação da nossa faúna e da flora. O punaré(rabudo), o gato maracajá,o guaxinim, o azulão estão desaparecendo.
Vamos só a uns três exemplos: Quando viajava em trens da RFFSA, em plena quadra invernosa, eu podia ver vários desses animais na mais completa tranquilidade. Depois, foi a própria RFFSA, a responsável pela a morte desses animais, quando fazia o rociamento químico das margens da estrada de ferro(5 metros a direita e a esquerda)os pequenos animais herbívoros vinham se alimentar, morriam envenenados, depos vinham os carnívoros que se alimentavam dos herbívoros envenenados, logo mais vinham os urubus atraídos pelo animais mortos que estavm apodrecendo. Resultado: todos morriam.Numa época do passado, o maior responsável pela exterminação dos urubus, foram certos dirigentes da RFFSA.
Vou procurar ler o livro JECA TATU E MANÉ XIQUE XIQUE, do Ildefonso Albano para ver se encontro a resposta da perda do importante elo cultural. Falando em xique xique, mandacaru e outras cactáceas, nem sua flor a gente encontra mais. São todas devoradas pela indústria e cosméticos e pelos coitados dos sertanejos famintos.
Agora continua a farra. O homem continua matando, mas, só que agora está matando o próprio homem, como se ele pudesse viver sozinho na face da terra, pois não há mais bichos para matar. Qual será o político que será vítima de uma chifrada de um touro louco?
Eu ainda vejo nas lojas do centro da cidade, pequenos cães e gatos em minúsculas gaiolas postos à venda, e nenhum órgão do verno toma providência.Uma cruedade.
Cadê o guaxinim, que ninguém queria comer, por causa de sua catinga? Não se vê mais nenhum! Acabaram com ele.
Mas falo dos cameleões que, tais e quais os políticos, mudam de cor para se camuflarem. Só que os cameleões não fazem mal a ninguém, não tem medo de cobra, enquanto os políticos, nós é que devemos ter medo, pois seu veneno é letal, pior do que cobra...e quanto COBRA!!!
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