AMOSTRAS DA CIVILIZAÇÃO URBANA
O que nos penitencia dos pecados do poder é que, mesmo alçados a posições andinas, somos, no fundo, sujeitos simplórios. Somos todos JKs, que sempre dava um jeito, em qualquer cerimônia oficial, para tirar discretamente o sapato e aliviar a Nação de seus problemas. Simplórios, sim, mas com todas as veleidades inerentes aos subdesenvolvidos. A prova disso está no episódio que vou contar.
A velha, com aquele rostinho de maracujá de gaveta, limitava-se a acenar afirmativamente com a cabeça, como se aprovasse, apenas, a situação. Os franceses, porém, insistiram tanto que ela acabou tirando o pito da boca e, voltando a cabeça para dentro do casebre, soltou o berro: “Robespierre! Ó menino! Acode aqui os moços!”.
E eu pergunto: expliquem-me, por favor, quem teria tido a idéia de tocar a “Marselhesa” num forró de Jequié?
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