domingo, abril 13, 2008

ÉTICA E POLÍTICA


Bote o ouvido no chão e fique à escuta: o som público é um permanente assalto ao poder, sem qualquer outro imperativo que não o poder em si. Aprende-se com Lula ser cada vez maior o fosso entre a política e a ética. O terceiro mandato ou a prorrogação, dois itens já lançados ao debate público – e nas consciências – são elementos contraditórios. Ou se é político ou se é ético. Não se pode servir aos dois senhores.

Quando alguém invoca a ética, o mínimo que um profissional responde é que a política tem outros valores, outros fins e, sobretudo, outros métodos. Isso sem falar nos mais primários, que consideram coisa de bocó qualquer apelo à ética. Vejam o nosso Congresso. A paisagem que exibe é um permanente assalto ao poder, sem qualquer outro imperativo que não o poder em si.

Para conquistá-lo, para mantê-lo, não apenas tudo é permitido, mas deve dificultar o processo do poder. Ética seria coisa para filhas de Maria, débeis mentais que não entendem as coisas. O debate sobre o terceiro mandato ou a prorrogação tornou-se banal, como se não houvesse uma Constituição, sobre a qual juraram todos os congressistas e, em especial, o presidente da República. Êta nós!