domingo, abril 13, 2008

CATULO



Cantador do sertão, Catulo da Paixão Cearense (que não era cearense, mas maranhense) na verdade jamais andou mata adentro. Viu o luar poucas vezes. Era homem de asfalto. Um dia, levado por amigos, fez uma excursão ao interior de Pernambuco, dormindo numa rede armada em tronco de árvore. À primeira luz da manhã, com ar tresnoitado e o corpo todo picado de mosquitos, pôs o violão no ombro e disse aos amigos:

-- Vou ser franco. Estou voltando. Isso não é ambiente. Sertão, na poesia, vá lá. Ao vivo, nunca. Para mim, chega.


E se arrancou, o grande autor do “Luar do Sertão”.